O Homem que fala através do vento

Luta magica

– foi uma loucura, Aleric. Uma coisa sobre humana começou a comer os corações daqueles que ele pegava. O pátio ficou com alguns corpos espalhados, todos com peito aberto. Fiz uma barreira mágica para que ele não pudesse chegar a mim e nos outros enquanto outro grupo o prendeu em uma jaula.

– mas ele se soltou

– é... como sabe?

– ele foi parar no amansador. Ele comeu o coração de um rapaz que se escondeu lá

– você viu quem era?

– não –minto– estava escuro demais, não vi nenhum dos dois

Não sei o por que, mas algonme diz que manter em segredo essa parte animalesca de Jaaz é melhor que contar até mesmo ao meu melhor amigo. Melhor amigo... sinto falta de Urick.

Tento me conter não demonstrando rapidez ao comer mas eu realmente estou morrendo de fome.

No fim da refeição, ando sozinho pela cidade pensando em como não praticar magia agora que estou desperto do feitiço.
Vejo alguém sentado recostado na parede de alguma casa, ao olhar, vejo que é Jaaz. Ele respira fundo com a mão em sua testa, com seus olhos fechados ele não nota minha presença; há algo perto do mesmo, uma mistura de pedaços de carne, sangue e gosma. Jaaz vomitou tudo o que "ele" comeu ontem.

Ele percebe que estou próximo e abre os olhos, os revira, mas não me manda sair.

– o que está olhando?

– você está bem? –me aproximo vagarosamente do mesmo– parece pálido

– não se aproxime muito. Eu não gosto de proximidades

Resolvi então me abaixar a sua altura mantendo uma distância razoável.

– Jaaz, quer alguma coisa?

– como sabe o meu nome? –perguntou desconfiado

– Miorn me contou. Eu perguntei a ele já que você me encarou muito ontem

– ah –ele dá de ombros– aquele pateta sobreviveu as provas por pura sorte. Ou talvez ele realmente seja forte, em uma dessas duas opções Miorn se encaixa

Jaaz tosse violentamente pondo para fora toda aquela podridão que estava em seu estômago. Ele resmunga, e fraco volta a se recostar na parede

– quer água? Eu posso arrumar para você

– eu quero que você suma –disse de forma dura

– Jaaz... eu só quero ajudar você

– por que? –perguntou indignado

– porque eu sei que não é culpa sua. –Jaaz fica em silêncio, me encara incrédulo com as minhas palavras, como se pela primeira vez ele escutasse isso– eu não sei o que aconteceu no passado mas não foi culpa sua, Jaaz, eu sei

Não se deixando vencer ele apenas se levanta com dificuldade, me analisa e vai embora ignorando completamente todas as minhas palavras e minha presença.
O observo andar manco, talvez tenha se machucado, mas não seu se consigo ajuda-lo. Jaaz parece ser impenetrável.

Durante a tarde os sinos tocaram, é hora de praticar magia. Como? Como escapar disso?

Formo una fileira como todos os outros esperando Irvan dizer o que devemos fazer, me sinto nervoso e agoniado, não posso trair o Soldado dessa forma, não de forma consciente.

– Alaric –Irvan me chama fazendo-me levantar a cabeça

– sim?

– você vai com o grupo B, aprender a magia da guerra