Alguns podem chamar isso de clichê.
Alguns dirão que o sorriso sempre estampado em seu rosto era desnecessário, ninguém poderia duvidar que ela era extremamente apaixonada por si mesma. Com um sorriso mais doce que o mel, sua presença pode levantar as sobrancelhas mais teimosas e os mais desanimados. Paciente e leal, ela se presta como amiga de todos, desde os primeiros. Como chocolate quente num dia frio de inverno, ela é o clichê mais bem-vindo que existe, e sua reputação a precede, conhecida por todos como a garota do sorriso contagiante, a fonte inesgotável de alegria.
Sky conhece bem o seu sorriso, aquele que envia calor ao seu rosto quando seus olhos se encontram durante a aula, aquele que o faz perder toda a sua merecida confiança. Ele caiu no mesmo feitiço que todos os outros, apaixonado por tudo em sua performance que eleva o clima de uma sala inteira, que mantém as pessoas cativadas e faz com que as pessoas desejem estar em sua companhia.
Esta noite, no entanto, ele a vê sem aquele sorriso pelo que parece ser a primeira vez, e sua preocupação logicamente substitui a parte dele que normalmente ficaria nervosa por estar perto dela.
A sala vazia é iluminada apenas pela suave chama do fogo, crepitando suavemente ao fundo. Ele estava prestes a repreendê-la, antes que ela se virasse para encará-lo e ele a reconhecesse, embora seus olhos estivessem arregalados e lacrimejantes e suas bochechas cheias de lágrimas.
"(S/n)?"
"S-sky?" Sua voz vacila até que o pânico de repente toma conta de sua expressão. "Sky!"
Ela puxa as mangas do suéter sobre as mãos e as pressiona rapidamente contra os olhos, em uma luta para esconder as lágrimas. Então, engolindo por um momento, ela abre os lábios em um sorriso tão frágil que vacila instantaneamente.
"Você me pegou." Ela força uma risada. "Eu deveria estar na cama, Dowling vai me matar se eu não acordar amanhã, certo? Vou para o meu quarto agora..."
Ela se levanta timidamente, contornando os móveis para passar por ele. Ele está quase com muito sono para impedi-la, apenas estendendo a mão no último segundo para agarrar a mão dela antes que ela possa entrar no quarto. Ele a puxa de volta suavemente, curvando-a até que ela caia suavemente em seu peito. Ele dá um passo rápido para trás para lhe dar espaço, mas continua segurando a mão dela para mantê-la firme. Ela olha para ele mais uma vez, seus olhos injetados em uma mistura de pânico e surpresa.
"Desculpe, você está bem?"
"Obviamente." (S/n) mentiu muito mal.
Ela examina rapidamente a sala em busca de uma desculpa, olhando para um livro deixado na mesinha de centro em frente ao sofá em que estava sentada momentos atrás. Ela se vira para ele, dando-lhe um sorriso tímido.
"Um livro triste é suficiente para matar qualquer um."
Sky levanta uma sobrancelha questionadora, lentamente guiando seu olhar para o livro mencionado. Seus olhos examinam o título antes de retornar aos dela com um brilho de conhecimento.
"Realmente?" Ele pergunta. "'Português para iniciantes?"
"Muita mudança..." Ela balança a cabeça, estremecendo com a estupidez disso. "OK..."
Ela se joga de volta no sofá com um suspiro trêmulo e um soluço de quem está chorando há algum tempo. Ele a estuda por um momento, preocupado com essa versão chorosa da garota mais feliz que ele conheceu, então se senta ao lado dela.
"O que está errado?" Ele pergunta, sua voz gentil e encorajadora. "Você pode me dizer."
"Você já tem o suficiente para se preocupar com meus problemas, Sky." Ela balança a cabeça. "Você não precisa dos meus problemas bobos além disso."