"O banho está pronto para você, minha senhora.” A criada curvou-se em sua direção quando você terminou de tirar as joias. "Obrigado, você pode ir." Você a mandou embora. "Mas minha senhora-" Ela protestou. "Sou perfeitamente capaz de me banhar, obrigada." Encontrando os olhos da donzela através do espelho, você não queria parecer rude e criticar as pobres mulheres - suas emoções reprimidas precisavam ser liberadas, por isso você pediu um banho.
Sem pronunciar outra palavra, você observa enquanto ela fecha a porta com um baque forte. Jogando seu colar pelo quarto para liberar a tensão acumulada, você inspira profundamente enquanto apoia a mão na cabeceira da cama. Lágrimas ameaçando escapar, você olha para o teto para que não caiam.
Descobrir que você estava grávida foi uma montanha-russa de emoções. Você ficou triste com a ideia de trazer uma criança para este mundo cruel. Como você poderia tentar tornar a vida de seu filho feliz quando os pais dele não estavam um com o outro?
Você pensou que poderia de alguma forma encontrar momentos em seu casamento em que seria feliz, mas não o fez, os últimos 12 meses foram um pesadelo. Você mal conseguiu ver Daemon e, quando o fez, ele estava bêbado e adormecia sem dizer uma palavra para você.
E os sussurros e conversas das pessoas que o viam visitar bordéis na rua da seda eram insuportáveis. Você tentou ignorar o melhor que pôde, mas como poderia fazê-lo quando as pessoas nem faziam nenhum esforço para se acalmar quando passavam por você?
Afastando seus pensamentos persistentes, você caminha até a banheira que estava toleravelmente quente. Tirando sua camisola fina e deixando-a empilhada em um canto, você não pôde deixar de olhar para sua barriga ainda lisa no espelho. A ideia de um bebê crescendo por dentro era ao mesmo tempo incrível e assustadora.
Deslizando seu corpo, um suspiro sai de sua boca com a sensação da água quente contra sua pele. Depois de quase 30 minutos, a porta de seus aposentos se abriu.
Só havia uma pessoa para abrir aquela porta sem se preocupar em bater, e essa pessoa era o seu marido. De olhos fechados, você ouviu os passos dele até parar, abrindo lentamente os olhos e sentando-se, você vira a cabeça e encontra Daemon te observando do lado de fora da porta que dava para o banheiro.
"Marido." Você cumprimentou virando a cabeça para trás e fechando-os olhos mais uma vez. "Esposa." Ele respondeu, tirando a roupa e se trocando. Você ficou surpresa por ele não parecer bêbado como costumava fazer na maioria das noites. Vocês dois não proferiram uma única palavra até saírem do banho.
Você estremece ao perceber que Daemon estava sentado em um dos sofás de frente para a banheira, não que vocês dois fossem estranhos em se verem nus. Depois de se
secar, você veste a camisola mais uma vez antes de ir até a cômoda.
“Ao nektogon aōha ōghar, nyke ūndegon. (Você cortou o cabelo, eu vejo).” Sua voz fez você pausar suas ações, olhando para sua figura sentada através do espelho. “Dois meses atrás, Daemon.” Você responde irritada enquanto escova o cabelo. “Mas você saberia se me visse com mais frequência.” Resmungando baixinho, Daemon respondeu. “ȳdragon. (Fale).”
Fechando os olhos e inspirando profundamente, você vira o corpo em direção a ele, com um copo com o que você presume ser álcool na mão. “O que quero dizer, marido, é que se você estivesse aqui com mais frequência, em vez de passar as noites no bordel, você notaria as pequenas coisas!” Sua voz aumenta de volume. Daemon joga a cabeça para trás com um suspiro alto. “Estamos realmente fazendo isso?”
“Onde reside sua lealdade, marido? Certamente não é comigo! A quem você jurou sob os sete deuses que estaria lá para mim!" Você agora estava de pé enquanto observava Daemon com um rosto ilegível.
