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    Estou tão chapado que não sinto nada quando a loira sentada em cima de mim insiste em beijar meu pescoço

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    Estou tão chapado que não sinto nada quando a loira sentada em cima de mim insiste em beijar meu pescoço. Só sinto uma sensação estranha de que não deveria estar aqui agora, de que essa mulher em cima de mim com certeza não sabe o que está fazendo e que está doidona igual a mim.

    Minha mãe com certeza não ia gostar de ver o primogênito dela enfiado em um bar no meio do nada. O meu bar. Nossa, eu devo tá doidão mesmo pra tá pensando na minha mãe a essa hora da madrugada ao invés de tá aproveitando a festa que eu mesmo organizei.

    A música está alta, todos dançam no meio do bar. Outros estão sentados em frente ao balcão , bebendo e com certeza tentando esquecer os problemas da vida. Logo fico em alerta quando sinto uma dor agoniante no pescoço.

    — Calma, gata, não precisa arrancar pedaços de mim. — reclamo e a tiro do meu colo quando sinto uma bile subir pela garganta.  A garota vira a cara e limpa os lábios avermelhados pelo batom. Parece mais perdida que eu. Me pergunto se ela sabe pelo menos aonde está.

    — Jura que não quer continuar o que começamos em outro lugar? — ela pergunta, claramente bêbada.

    Nem a pau que vou fazer algo além com ela. Não sou maluco e muito menos imbecil. Faço não com a cabeça e tiro uma nota de cem do meu bolso da calça jeans.

    — Você veio com alguma amiga? Pede um táxi, ou um Uber, mas não vá sozinha no carro. — a entrego o dinheiro a deixando sem reação. A garota me olha com uma careta, mas antes de se afastar, pega o dinheiro da minha mão e fala alguma coisa que não consigo entender.

    Fico observando ela ir até uma garota de cabelo preto que está dançando na pista com dois caras. Ela esfrega a bunda em um deles enquanto beija profundamente o outro. Assim que ver sua amiga, ela para e presta atenção no que ela diz. Não demora muito para que as duas saem pela porta dos fundos.

    Foi melhor assim, não estou no clima hoje e muito menos quero problemas pra mim. Já estou até o pescoço de problemas e mais um só iria me deixar mais maluco.

    A vontade de vomitar volta com tudo. Me agacho, com a mão no estômago e tento não perder o equilíbrio quando me levanto novamente. Merda, não deveria ter bebido tanto. Só são duas horas da madrugada, deveria estar dormindo e não ter feito uma festa com um monte de gente desconhecida. Sei que foi minha ideia, afinal é a inauguração do meu bar, mas hoje não estou nada bem. Parece que vou cair a qualquer momento.

    — O que tá rolando, mano? Tá bem? — Tatto aparece e me segura pelo braço.

    Fecho os olhos com força. As luzes coloridas no teto me deixam ainda mais zonzo.

    — Tô. Só bebi demais. Só isso. Acho que preciso dar uma descansada. — confesso, fazendo ele suspirar de alívio.

    Tatto é meu parceiro. Sempre tá comigo em todas as ocasiões e eu sei que posso confiar nele de olhos fechados. Não é a primeira vez que ele me vê nesse estado. Nos últimos dias tenho bebido demais. Beber tem sido meu escape nos problemas que tenho me metido.

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