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    Faz uma semana que não recebo mais nenhuma borboleta de papel ou qualquer outro aviso como aquele

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    Faz uma semana que não recebo mais nenhuma borboleta de papel ou qualquer outro aviso como aquele. Depois daquele dia em que vi (ou pensei que vi) alguém parecido comigo, minhas paranoias começaram. A todo lugar que vou, olho para os lados inúmeras vezes para ter certeza de que não tem ninguém me vigiando ou me seguindo.

    É loucura, eu sei, mas tenho essa sensação estranha dentro de mim.

    Faz uma semana também que não recebo nenhuma notícia de Dante. Nem mesmo uma mensagem ou um sinal de fumaça para saber se ele está vivo ou não. Até Carol se preocupou, e quase ligou para a família dele para saber notícias, mas a impedi.

    Não quero me intrometer com a família de Dante, ainda mais com a mãe dele que com certeza me odeia.

    Mas estou preocupada, e a cada dia sem notícias dele meu coração se aperta ainda mais. Tento evitar pensar naquele marrento idiota, mas não consigo. Não depois do que aconteceu: da boca dele tocar a minha; da sensação da sua pele; do seu hálito fresco em minha nuca. Da forma como ele garantiu que ficaria ao meu lado e me ajudaria a vencer tudo que está acontecendo na minha vida agora.

    O que ele fez por mim quando me ajudou a ver Jay, nem que seja só pra dar um abraço, aquilo foi incrível. Dante sabia que isso ia me deixar melhor, e mesmo com a bruxa da minha tia Jocely quase nos impedindo de ver meu irmão, ele insistiu e fez com que eu tivesse pelo menos a chance de ver ele, de poder tocar no seu rostinho de novo.

    E por falar no Jay, resolvi contar tudo para Carol. E quando digo tudo, quer dizer realmente TUDO. Não, pensando bem, não foi exatamente tudo. Obviamente que não contei sobre o Hunter e toda a confusão que aconteceu depois disso. Só contei minha história e tudo que aconteceu para que eu chegasse naquela casa abandonada e ela me encontrasse. Do que meu pai fez, e até contei sobre como eu e Dante nos conhecemos e que ele QUASE me atropelou.

    E ela achou essa história digna de cena de novela.

    Carol também me disse que eu tenho sim chances de conseguir a guarda de Jay. Só preciso de um bom advogado e continuar com o emprego na doceria. Como a guarda que meus tios têm ainda é provisória, as chances são ainda maiores. O juiz ainda está verificando se realmente Jay deve ficar com eles, e se eu entrar com o pedido da guarda antes de tudo ser definido, posso conseguir.

    Hoje mesmo vou conversar pessoalmente com o amigo de Carol, que também é advogado familiarista. Ela disse que ele vai me defender nesse caso e me ajudar a conseguir a guarda. Já vamos entrar com o pedido, e se tudo correr bem, não vai demorar muito para que Jay esteja perto de mim novamente.

    — Garota, estou falando com você! — uma garota de cabelo preto e olhos claros, estala os dedos em minha frente, me chamando a atenção.

    Olho para o caderninho em minhas mãos e tento lembrar do pedido que ela fez a exatos dois minutos, mas não consigo me lembrar.

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