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     O almoço foi uma chatice

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     O almoço foi uma chatice. Tentava a todo tempo comer quieto, apenas saborear o meu estrogonofe de camarão em paz, mas minha mãe sempre perguntava sobre minha vida e o que estava fazendo. Ela sabe que abri o bar, que estou morando do outro lado da cidade e que não é bem o lugar que ela quer que seu filho esteja, mas não sabe o que faço de verdade. Estou metido até o pescoço com o crime.

    Eu e minha gangue fazemos de tudo para impedir que a cidade inteira seja puro caos, mas não do jeito certo. E minha mãe com certeza não se orgulharia de saber disso.

    Com a chegada da sobremesa, tento me manter calado enquanto como e evitar os olhares que Grace me lança a todo instante.

    — Então, Grace. Como estão seus pais? Faz tempo que não ouço notícias deles. Ainda estão em Londres? — minha mãe pergunta e depois beberica um pouco do seu vinho branco.

    Grace limpa a boca suavemente com o guardanapo e sorri.

    — Eles estão bem. Sabe como meu pai é, sempre tentando agradar minha mãe. E como ela ama Londres, eles resolveram ficar lá.

    — Londres é perfeita, mas não é nada comparada à França. Falando nisso, temos que ir lá, Emma. Faz tempo que não fazemos uma viagem de mãe e filha. O que acha do próximo mês? — a proposta da minha mãe faz Emma tossir inesperadamente.

    Olho para ela com as sobrancelhas levantadas quando ela se recompõe e tenta dar um sorriso.

    — Bom, mãe. Acho que não vai dar. — ela responde e logo percebo sua hesitação.

    Emma está estranha pra caralho. Nunca vi minha irmã agir assim antes. Sei que faz muito tempo que a gente não se via, mas sou o irmão mais velho e sei bem como ela age quando está tentando esconder alguma coisa.

    Minha mãe leva a mão à boca e dá uma tossida nada sutil. Ela tenta sorrir enquanto olha para os outros na mesa, mas sua cara não nega a sua frustração.

    James também está encarando Emma como se procurasse o que ela está escondendo.

    — Por quê, irmãzinha? Você sempre amou a França. — ele pergunta.

    Todos olham para Emma, que esfrega seu rosto com uma das mãos e fecha os olhos.

    — Emma, por acaso está escondendo alguma coisa? — agora é a vez da minha mãe questionar.

    Emma continua com a cabeça baixa e não diz nada. Sem pensar duas vezes pego a garrafa de vinho na mesa e coloco mais em minha taça.

    — Esse vinho está muito bom, né? Onde você comprou, mãe? — pergunto forçando um sorriso e tentando mudar de assunto.

    Minha irmã sempre me ajudou a sair das situações mais constrangedoras e eu também sempre fiz o mesmo. Agora não vai ser diferente e seja lá o que for que ela esteja escondendo, se ela não quiser contar, eu vou ajudar.

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora