42.

266 33 34
                                    

    Quando Dante começa a caminhar em minha direção, coloco minha mão à frente do meu corpo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Quando Dante começa a caminhar em minha direção, coloco minha mão à frente do meu corpo. Olho atrás dele e vejo a janela escancarada. Me pergunto como ele conseguiu subir sem ninguém vê-lo. É alto, e além disso, essa janela é de frente para a rua. Mas parece que isso não foi um impedimento para ele.

    Dante está diferente. Sua barba cresceu e mesmo vestido do mesmo jeito de sempre, com as roupas pretas e despojadas, ainda assim ele não parece mais a mesma pessoa.

    Algo mudou, mas ainda não consigo perceber o que é.

    — Pode parar! Você não vai invadir meu quarto e agir como se fosse normal você sumir por dias e do nada chegar aqui e pedir desculpas. Sério, Dante. Acho melhor você ir embora. — digo e respiro fundo, tentando manter o controle.

    Mas é quase impossível manter a razão quando a emoção é mil vezes maior. Estou desesperada para chegar perto dele, para abraçá-lo e dizer que senti falta. Tanta que até machuca, que dói até a alma. Não tinha um único dia sequer que não pensei nele. Por isso que quero distância agora, porque se ele não se importou o suficiente para pelo menos dizer se estava bem ou não, é porque ele não sente o mesmo por mim.

    Sou apenas mais uma, né?

    A garota que ele achou impossível pegar e fez disso uma meta para aumentar a porra do ego dele. Promete o mundo e depois some. Volta como se nada tivesse acontecido, só para me deixar ainda mais confusa.

    Não, agora as coisas estão indo bem para mim. Estou prestes a conseguir a guarda de Jay e nossa, só de saber que daqui algumas horas estarei a um passo de ganhar o concurso, meu coração se alivia ainda mais. Posso ter a faculdade que sempre quis, o dinheiro do Hunter e a liberdade tudo no mesmo pacote.

    Ele não dá mais nenhum passo, obedecendo meu pedido. Mas parece confuso quando franze o cenho e põe a mão na nuca.

    — Eu fiz isso para proteger você. — as palavras saem da boca dele em um sussurro.

    — Me proteger? De quem? Do idiota do Hunter? Ele não fez mais nada comigo, não tinha motivos para você simplesmente ir embora do nada. Nem mesmo me deu notícias, pensei que você tinha morrido! — tento segurar as lágrimas, mas é quase impossível. Meus lábios começam a tremer e eu me sento na beira da cama, tampando meu rosto com as mãos.

    Ele rompe nossa distância, fazendo o que pedi para não fazer quando senta ao meu lado e me abraça.

    O abraço que desejei por todos esses dias.

    — A Jade não contou? — pergunta, colocando a mão sobre minha cabeça e acariciando meus cabelos.

    Levanto o olhar.

    — Contou o quê?

    Mais uma lágrima escorre pelo meu rosto, fazendo a cena ser ainda mais humilhante para mim.

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora