Quando Dante começa a caminhar em minha direção, coloco minha mão à frente do meu corpo. Olho atrás dele e vejo a janela escancarada. Me pergunto como ele conseguiu subir sem ninguém vê-lo. É alto, e além disso, essa janela é de frente para a rua. Mas parece que isso não foi um impedimento para ele.
Dante está diferente. Sua barba cresceu e mesmo vestido do mesmo jeito de sempre, com as roupas pretas e despojadas, ainda assim ele não parece mais a mesma pessoa.
Algo mudou, mas ainda não consigo perceber o que é.
— Pode parar! Você não vai invadir meu quarto e agir como se fosse normal você sumir por dias e do nada chegar aqui e pedir desculpas. Sério, Dante. Acho melhor você ir embora. — digo e respiro fundo, tentando manter o controle.
Mas é quase impossível manter a razão quando a emoção é mil vezes maior. Estou desesperada para chegar perto dele, para abraçá-lo e dizer que senti falta. Tanta que até machuca, que dói até a alma. Não tinha um único dia sequer que não pensei nele. Por isso que quero distância agora, porque se ele não se importou o suficiente para pelo menos dizer se estava bem ou não, é porque ele não sente o mesmo por mim.
Sou apenas mais uma, né?
A garota que ele achou impossível pegar e fez disso uma meta para aumentar a porra do ego dele. Promete o mundo e depois some. Volta como se nada tivesse acontecido, só para me deixar ainda mais confusa.
Não, agora as coisas estão indo bem para mim. Estou prestes a conseguir a guarda de Jay e nossa, só de saber que daqui algumas horas estarei a um passo de ganhar o concurso, meu coração se alivia ainda mais. Posso ter a faculdade que sempre quis, o dinheiro do Hunter e a liberdade tudo no mesmo pacote.
Ele não dá mais nenhum passo, obedecendo meu pedido. Mas parece confuso quando franze o cenho e põe a mão na nuca.
— Eu fiz isso para proteger você. — as palavras saem da boca dele em um sussurro.
— Me proteger? De quem? Do idiota do Hunter? Ele não fez mais nada comigo, não tinha motivos para você simplesmente ir embora do nada. Nem mesmo me deu notícias, pensei que você tinha morrido! — tento segurar as lágrimas, mas é quase impossível. Meus lábios começam a tremer e eu me sento na beira da cama, tampando meu rosto com as mãos.
Ele rompe nossa distância, fazendo o que pedi para não fazer quando senta ao meu lado e me abraça.
O abraço que desejei por todos esses dias.
— A Jade não contou? — pergunta, colocando a mão sobre minha cabeça e acariciando meus cabelos.
Levanto o olhar.
— Contou o quê?
Mais uma lágrima escorre pelo meu rosto, fazendo a cena ser ainda mais humilhante para mim.
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Borboletas de papel
Romance(+16) Uma coisa que com certeza Sabrina Bailey não tem é sorte. Sua vida está de cabeça para baixo e tudo piora quando ela acidentalmente joga uma rolha de garrafa em sua chefe e, consequentemente, é demitida. Para agravar sua situação, ela quas...