17.

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    Depois de tomar o melhor café da manhã da minha vida, também tomei um banho longo que parecia limpar até mesmo a minha alma

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    Depois de tomar o melhor café da manhã da minha vida, também tomei um banho longo que parecia limpar até mesmo a minha alma. Agora, estou mais animada, renovada e cheirando a rosas. Na verdade, o shampoo que a Carolina me emprestou era de rosas.

    Bem, é um cheiro enjoativo, mas é melhor do que cheirar a lixo. Só de pensar que tive que passar a noite anterior na rua como uma mendiga, dá vontade de chorar. Nunca na vida pensei que chegaria a esse ponto.

    Mas a vida é imprevisível. Nunca sabemos o que pode acontecer e quando vai acontecer. Estamos apenas vivendo, alguns sobrevivendo.

    E eu me enquadro nesse último.

    — Gostou do quarto? — Olho para trás e vejo Carolina parada na entrada do meu novo quarto.

    Assim que tomei o banho, ela me mostrou onde irei dormir. É um quarto grande e bem aconchegante; tem um guarda-roupa enorme; uma cama de casal com uma mesa de cabeceira ao lado; e também uma estante repleta de livros.

    Pena que não leio nada. Na verdade, faz muito tempo que não encosto meu dedo em um livro. E eu não me orgulho disso. Queria ser mais estudiosa, ser mais focada e lutar ainda mais pelos meus objetivos, mas parece que quanto mais eu me esforço, mais difícil fica.

    — Eu amei. Nem sei como te agradecer. — Eu me aproximo dela e sem dizer mais nada, lhe dou um abraço.

    É um abraço longo e cheio de gratidão. Nunca ninguém foi tão gentil comigo como ela está sendo agora. Simplesmente não está pedindo nada em troca, somente me dando a oportunidade de trabalhar na sua doceria e ainda me deixando ficar em sua casa.

    É muito mais do que poderia receber. Por isso, quando saio do abraço, fico um tempo olhando para ela. A última vez que me senti assim com alguém foi quando abracei minha mãe. É isso, Carolina traz um sentimento materno em mim.

    — Ah, querida, não consigo nem imaginar o quanto deve ser difícil para você. — Ela comenta e me entrega uma sacola. — Aqui está o uniforme. Acho que é do seu tamanho.

    Quando abro a sacola, vejo um conjunto de camisa e saia cor de rosa. Em um pequeno espaço na blusa tem a logo da doceria e vários desenhos de cupcakes e donuts.

    — Obrigada. Vou experimentar agora mesmo. — Aviso.

    Carol sorri e fecha a porta. Logo coloco o uniforme e, por incrível que pareça, ficou perfeito para mim. Me sinto uma verdadeira confeiteira quando olho no grande espelho embutido no guarda-roupa. Ajeito o uniforme e me sinto um pouco incomodada quando vejo meus pés. Simplesmente tinha me esquecido de colocar alguns sapatos na mochila. Só trouxe roupas e minha nécessaire.

    E agora? Vou ter que ficar apenas com o tênis que trouxe?

    — Merda... — Xingo e me sento na beirada da cama me sentindo um tremendo fracasso.

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora