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     Tudo acontece muito rápido

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     Tudo acontece muito rápido. Faço o possível para parar a moto antes de atingir a garota de cabelos verdes que está bem na minha frente. Com o susto, ela cai com força no chão e bate o joelho no asfalto. Sem pensar duas vezes, tiro o capacete e vou em sua direção. Algumas pessoas param para nos observar. Bando de curiosos.

    Isso nunca me aconteceu antes. De repente, vi ela em minha frente e já era tarde demais para ela sair ilesa. A garota deveria ter prestado mais atenção. Quem atravessa a rua sem olhar para os lados?

    — Você não olha antes de atravessar a rua, garota? — pergunto enquanto estendo a mão para que ela possa se levantar.

    Então, o mundo parece parar. É uma sensação estranha quando finalmente consigo ver o rosto dela. O sol ilumina seus olhos no momento em que ela se vira para me olhar. Seus olhos são tão azuis que fico hipnotizado. Seu cabelo verde cria um contraste incrível com seu tom de pele. Ela nem tenta sorrir ou mostrar empatia. Simplesmente se levanta, sem pegar minha mão.

    — Você é doido! Quase me atropelou e ainda diz que eu não olho antes de atravessar a rua? Você que deveria ser impedido de andar por aí com essa geringonça que você chama de moto, seu... Seu... — ela se perde nas palavras e me encara com um olhar estreito.

    Sem dizer nada, pego a mochila que ela deixou cair no chão. Está muito pesada, me surpreende que ela esteja carregando tanto peso nas costas. A comida que estava no prato que ela carregava agora está espalhada pelo chão. O que é uma pena, já que o rango parecia daora.

    — Vai me chamar do quê?  — pergunto ao entregar a mochila sem olhar para ela novamente.

    Quando ela coloca a mochila nas costas, faz uma careta e olha para a perna.

    — Ah, me deixa em paz, cara. — ela resmunga, e é então que percebo que seu joelho está sangrando e me desespero.

    — Você precisa ir ao hospital. Não pode andar por aí com a perna sangrando. — digo, mas ela dá de ombros e manca em direção à calçada em frente ao restaurante.

    Droga, minha mãe vai me matar por causa do meu atraso. Mas não posso simplesmente deixar essa garota machucada aqui. E, nossa, tento não olhar para ela, mas é quase impossível. Ela é linda demais. Na verdade, "linda" é pouco para descrevê-la. Mas, assim como é bonita, também é teimosa, já que continua andando na direção oposta.

    Vou atrás dela, não me esforçando para alcançá-la, já que ela está andando tão devagar que até uma tartaruga seria mais rápida.

    — Além de me atropelar, você também quer me sequestrar? — ela debocha quando percebe que estou seguindo-a.

    Reviro os olhos e seguro firme o seu braço, puxando-a para que pare de andar. Consigo sentir a raiva que ela está sentindo quando me olha.

    — Te Atropelar? Você simplesmente avançou na minha frente. E eu não posso deixar você andar por aí assim. Deixa eu te levar para a droga do hospital! — grito, já perdendo a paciência.

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora