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    Estou parada há dez minutos em frente à sala de brinquedos onde Jay está

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    Estou parada há dez minutos em frente à sala de brinquedos onde Jay está. Minha coragem parece ter fugido. Pareço uma criança assustada com medo do bicho-papão.

    Não deveria estar com medo. Na verdade, é um absurdo imaginar isso, mas é o que estou sentindo. Tenho medo de não conseguir cuidar de Jay de verdade. Parece bobagem, cuidei dele desde bebê, mas agora parece diferente. Lutei por isso e agora devo dar o meu melhor, o máximo, mostrar realmente que sou capaz.

    Mas e se eu não for? E se tudo desmoronar novamente sobre minha cabeça e Jay não tiver para onde ir?

    — Pistache, eu sei que você está com medo, mas... — Dante está segurando minha mão, mas não estou olhando para ele, e sim para a porta de madeira à nossa frente. Consigo até escutar as risadas de Jay.

    Sinto tanta, mas tanta falta dele.

    — Mas é difícil demais. Parece que agora que finalmente consegui... — minha boca se fecha e passo as mãos pelo meu rosto.

    A maquiagem com certeza já foi pro buraco, mas sinceramente não estou me importando com isso agora.

    A mão de Dante repousa em meu ombro e me puxa para mais perto.

    — Não parece ser real. Eu sei como é, e sei o quanto foi difícil para você. Mas pensa comigo, — ele levanta meu rosto, me fazendo olhá-lo. — Se você lutou pelo Jay, se fez de tudo para tê-lo de volta, então por que parece errado? Isso é só sua mente te pregando peças, fazendo com que você se sinta mal, mas não deveria se sentir assim. Deveria entrar por aquela porta e abraçar o seu irmãozinho.

    Uma lágrima escorre pelo meu rosto, mas mesmo assim abro um sorriso.

    Dante está certo, eu não deveria estar me sentindo mal, permitindo que a ansiedade e o medo abalem este momento tão especial que esperei por tanto tempo.

    — Você tem razão.

    — Eu sempre tenho razão. — Dante beija a pontinha do meu nariz.

    — Você é muito convencido isso sim.

    — E você é muito teimosa.

    Ele está sorrindo, e só por um segundo me permito olhar para os lados para checar se mais alguém está no corredor.

    Não tem.

    Por isso eu seguro o rosto de Dante e o beijo. Um beijo repleto de agradecimentos não ditos. E ele parece entender perfeitamente quando logo em seguida o abraço, bem forte. Mesmo que meu corpo doa um pouco por causa do ferro da cadeira pressionando em minha coxa, não ligo.

    O abraço é mais importante.

    —  Eu vou lá. — levanto e passo minhas mãos no rosto. Tento arrumar o vestido amassado, mas mesmo eu alisando o tecido, não adianta muita coisa. Fico de frente para a porta apertando bem as minhas mãos, sentindo a cada segundo o meu nervosismo diminuir. Antes que eu possa abrir a porta, viro o rosto. — Você vai entrar?

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