Acordo com vozes que nunca ouvi antes. Estou com medo de abrir os olhos e descobrir que algum assassino em série me sequestrou. Será que estou amarrada? Algemada, talvez? Bem, se estivesse, eu sentiria.
Mexo bem devagar as minhas mãos.
Não. Não estou.
— Moça, acorda! — ouço uma voz.
— Será que ela está morta, mamãe?
Abro os olhos aos poucos, sentindo uma luz forte sobre mim e me deparo com duas pessoas me olhando: uma mulher de cabelos castanhos e ondulados e um garotinho que não aparenta ter mais que doze anos.
— Quem são vocês? — é a primeira coisa que pergunto quando consigo me levantar.
Estava deitada em cima de um papelão sujo no único lugar coberto que encontrei para passar a noite: em uma casa abandonada caindo aos pedaços. Me agacho, limpo minha calça com as mãos e depois as passo pelo meu rosto. Estou toda quebrada, meu corpo todo dói, principalmente meu joelho.
A mulher me encara como se eu fosse um bicho. Ela se aproxima de mim com calma, e com bastante cuidado coloca a mão em meu ombro.
Olho para sua mão e franzo a testa.
— Sou Carolina. Esse é meu filho, Austin. — ela aponta para o garoto ao seu lado.
Ele sorri.
— Graças a Deus você está viva. O que está fazendo aqui nessa casa? Dizem que ela é mal assombrada. Você não tem casa? Por que dormiu aqui? — o garoto fala com a voz acelerada como se tivessem colocado ele no máximo.
Arregalo os olhos e observo a tal Carolina olhar com cara de sermão para o filho.
— Não se pode fazer tantas perguntas assim, Austin. — ela se vira para mim. — Querida, qual é o seu nome?
Penso um pouco antes de responder. Eles não parecem ser do mau, mas não devemos confiar em estranhos. "Diz a pessoa que aceitou ir para a casa do homem que a atropelou..." — as vozes da minha cabeça ecoam em minha mente, mas mando os pensamentos embora.
— Sabrina... — digo e dou um passo para trás. Olho para o chão com o coração acelerado quando percebo que minha mochila não está mais no lugar que a botei. Somente o guarda-chuva está no chão. — Onde está minha mochila?
Austin sai correndo e logo volta com ela nas mãos.
— Está muito pesada. O que você carrega aqui dentro? — ele faz mais uma pergunta e a mãe dele o repreende no mesmo instante.
— Filho!
— Calma, mãe! Só estou tentando entender por que uma garota estava dormindo no chão de uma casa mal assombrada. — ele rebate, me arrancando uma gargalhada.
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Borboletas de papel
Romantik(+16) Uma coisa que com certeza Sabrina Bailey não tem é sorte. Sua vida está de cabeça para baixo e tudo piora quando ela acidentalmente joga uma rolha de garrafa em sua chefe e, consequentemente, é demitida. Para agravar sua situação, ela quas...