Meu coração bate forte no peito quando olho para a janela do segundo andar e vejo a luz acesa.
A janela do quarto de Hunter.
Já esperávamos que ele iria deixá-la aberta, como sempre deixa. O que é burrice da parte dele, mas uma grande vantagem para nós. Agora, sem sua segurança para avisá-lo – todos que estavam em frente ao jardim foram mortos assim que os demais entraram – tenho livre arbítrio para escalar a parede e entrar pela janela, pegando-o de surpresa.
As câmeras de segurança que ele instalou pela casa desde a última vez que o confrontei foram desligadas. Um dos nossos caras conseguiu entrar no sistema e fazer o serviço tão bem que até eu me surpreendi.
Espero até que o sinal combinado apareça: metade de uma corda sendo jogada pela janela ao lado do quarto. Jade aparece de relance, fazendo um gesto positivo com a mão. Isso quer dizer que metade do plano já foi concluída, que os homens que estavam dentro da casa já foram mortos também.
Pego a ponta da corda e a prendo com a outra metade que estava na minha mochila. Com o cinto de segurança já em volta do meu quadril, puxo a corda e começo a subir a parede. A cada passo meu, mais suor escorre pelo meu pescoço, indicando meu cansaço.
Minhas mãos seguram firme a corda, sabendo que a qualquer deslize posso correr o risco de cair. Com a respiração ofegante e as mãos trêmulas, alcanço a janela entreaberta e estendo meus braços. Meus dedos agarram a beirada da janela e sinto o peso do meu corpo quando me puxo para cima. É um alívio quando meus pés encontram um apoio na batente e eu finalmente consigo me equilibrar.
Olho para além da cortina, tentando ver algo, ou o próprio filho da puta, mas não vejo nada. Só ouço o barulho do chuveiro ligado e uma cantoria diretamente dos infernos.
Ninguém merece.
Com cuidado, deslizo o pé direito para o outro lado da janela, e me apoio no vidro enquanto ponho o outro. Assim que meus pés tocam o chão, fecho os olhos e abro um sorriso.
Consegui, porra.
Sem demora, puxo a corda e ponho tudo dentro da mochila, tentando ao máximo não fazer barulho. Assim que escuto passos, me escondo atrás da cortina e puxo a Glock da cintura. Prendo a respiração e fico atento a qualquer movimento estranho. Se ele me ver antes, corro o risco de botar tudo a perder.
Tenho que pegá-lo de surpresa.
Vejo quando ele entra no quarto, deixa a toalha cair no chão, põe uma roupa qualquer e se deita na cama. Parece exausto, mas quando seu celular toca, consigo ver o sorriso em seu rosto.
Ele não hesita em atender.
— Ei, gata... Ah, claro.... sim. Está tudo sob controle, não se preocupe. — a voz é melosa, algo que nunca esperei vindo de alguém como ele. — Ok, linda. Qualquer coisa é só me ligar.
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Borboletas de papel
Romance(+16) Uma coisa que com certeza Sabrina Bailey não tem é sorte. Sua vida está de cabeça para baixo e tudo piora quando ela acidentalmente joga uma rolha de garrafa em sua chefe e, consequentemente, é demitida. Para agravar sua situação, ela quas...