🦋| Pʀᴏ́ʟᴏɢᴏ

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    Tudo ao meu redor pareceu irreal

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    Tudo ao meu redor pareceu irreal. As luzes ofuscantes atrapalhavam a minha visão, mas mesmo assim não desviei os olhos do sangue em minhas mãos.

    O sangue dela.

    Ela tinha ido embora e eu ainda podia sentir o calor de seu corpo, o toque macio de sua pele em contato com a minha. Eu a amava. Porra, eu amava Sabrina como nunca amei ninguém nessa vida. Ela era minha luz, o motivo pelo qual parei de buscar felicidade em coisas vazias e sem sentido, e percebi que tudo que eu buscava estava bem ao meu redor.

    Deveria ter prestado atenção, mas nem isso fui capaz de fazer. Ele veio atrás dela, por minha culpa. Eu deveria tê-lo matado quando tive a chance.

    Agora seu sangue em minhas mãos é a prova de que falhei. Eu falhei. Deixei a melhor coisa que me aconteceu ir embora. Vou me sentir culpado pelo resto da porra da minha vida.

    Seguro forte as mãos dela. Na minha mão direita está a arma. Já não consigo sentir mais vida, não consigo sentir mais nada nela. E isso parte meu coração em mil pedaços. Sua cabeça está apoiada em meu colo deixando seus cabelos verdes espalhados sobre mim. Está tão tranquila, parece que está tendo o melhor sonho de sua vida.

    Parece um anjo.

    De repente ouço o barulho das portas se abrindo. O som da porta de madeira se chocando contra a parede me faz querer tampar os ouvidos e me esconder, mas não faço. Apenas fico ali, imóvel, com ela em meus braços.

    Sinto os passos se aproximarem. Passos acelerados, mas ao mesmo tempo cuidadosos. Eles estão com medo de mim, pasmos com a cena que estão vendo.

    — Ele está armado! — ouço alguém dizer.

    Não consigo evitar olhar para cima, para os homens trajados de preto que apontam armas em minha direção.

    É esse o fim.

    Devagar, deixo a arma no chão e levanto as minhas mãos sujas de sangue, tentando não demonstrar o meu medo.

    — P-podem me prender.

    A minha voz saiu trêmula, mas não desviei os olhos dos policiais. Eles me encaram como se não acreditassem no que estão vendo. Nem eu mesmo sou capaz de acreditar.

    — Coloque as mãos atrás da cabeça e levante bem devagar. Não queremos machucar você, Dante.

    Era estranho ouvir meu nome sair da boca daquele homem que me olhava com ódio, mas eu o obedeci. Não tinha outra escolha. Sei que a única saída para minha dor é me punindo como sempre fiz. E talvez mereça tudo que vá acontecer daqui pra frente. Eu não a protegi, e mereço pagar por isso.

    Juntei todas as minhas forças para me afastar de Sabrina. A poça de sangue no chão aumentava a cada segundo. Meus pés se afundaram no líquido avermelhado, mas não me importei.

    Tudo que me restava foi arrancado de mim. Não consigo entender o porquê, nem mesmo um motivo sequer para tudo ter acabado assim. Sinto um calafrio percorrer todo meu corpo. Agora tem uma bala cravada bem em seu coração. E tudo que eu mais queria naquele momento era voltar no tempo e estar no lugar dela.

    Eles me algemam. Não luto, nem tento fugir. Não tenho mais forças para isso.

    O policial mais magro e alto caminha em direção a ela. Se agacha, tira um par de luvas do bolso e as coloca. Vejo quando ele respira fundo antes de colocar dois dedos em cima de seu pulso.

    — Não tem mais batimentos. Ela está morta. — suas palavras me trazem a pior realidade.

    Dou um grito horrendo, deixando todos presentes assustados. Eu não me importo. Eles não fazem ideia do quanto dói. Quando vou tentar me aproximar dela novamente, eles me impedem. Eu grito, bato meus pés contra o chão, mas mesmo assim, não sou páreo para os cinco homens que usam todas as forças para me conter.

    Como se eu fosse um monstro.

    Como se eu fosse o vilão aqui.

    — Você está preso, Dante. — o mais baixo e mal encarado diz com um sorriso cínico no rosto.

    As lágrimas invadem meus olhos quando eu olho para ela pela última vez antes que eles me levem.

    Sabrina era tudo que eu tinha.

    Agora não me restou mais nada.

    Agora não me restou mais nada

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