26.

316 39 14
                                    

    Bato a porta da casa com força e entro no meu carro, sentindo mais uma vez que fracassei

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Bato a porta da casa com força e entro no meu carro, sentindo mais uma vez que fracassei.

    Recebi fotos dos dois integrantes dos Knights que estavam infiltrados na Murder Corps, mortos. Na foto, os dois estavam sentados um ao lado do outro com uma marca de tiro na testa e já sem os dois globos oculares em seus rostos. Uma cena de horror. E justamente a marca que a gangue do Hunter deixa em suas vítimas: os olhos arrancados.

    Procuro o contato de Tatto no meu celular e ligo para ele enquanto coloco a chave na ignição do carro e sinto o barulho do motor ao ser ligado.

    — Atende, Tatto, atende! — resmungo, sentindo minha mandíbula contrair e o suor escorrer pelo rosto.

    A chamada vai direto para a caixa postal.

    — Que merda! Porra!

    Começo a dirigir feito um louco até a casa do Tatto. Estou com um pressentimento muito ruim e se acontecer alguma coisa com meu melhor amigo, nunca vou me perdoar. Talvez isso seja tudo culpa minha. Estava simplesmente esquecendo do que faço e o que sou, e agindo como se nada disso existisse.

    Sou líder dos Knights.

    Não posso esquecer disso, não posso deixar alguém que acabei de conhecer mudar meus planos. Sabrina não faz parte da minha vida e nem deve fazer. Ela nunca entenderia o que faço, o risco que corro. Ela só é uma garota orgulhosa que tem toda vida pela frente, um futuro brilhante, e eu não devo afetá-la trazendo-a para meu mundo obscuro e perigoso.

    E é por isso que devo tomar cuidado, não me aproximar mais do que deveria mesmo isso sendo praticamente impossível. Sabrina mexe comigo. Passei a noite toda acordado só checando sua temperatura e garantindo que ela estivesse bem. Não foi nenhum sacrifício, pelo contrário. Estar ao lado dela me acalma. Esqueço dos problemas e de tudo. Por isso nem me preocupei com as mil ligações que recebi da minha mãe, muito menos lembrei das minhas obrigações como líder de uma gangue.

    Agora, sabendo que dois dos meus estão mortos, uma culpa imensa invade cada pedaço do meu ser. Hunter não está para brincadeiras, e por isso não posso pensar em mais nada além de acabar com ele.

    Quando paro o carro em frente à casa de Tatto, bato com toda força na porta. A rua está silenciosa, e quase vazia, a não ser por um cachorro que está deitado na calçada e tomando um sol.

    Bato mais uma vez na porta, e logo ela se abre, revelando uma Jade com os olhos quase fechados e o cabelo totalmente bagunçado. Ela esfrega o rosto, e quando me olha, sua cara se fecha totalmente.

    — O que está fazendo aqui? — pergunta.

    — Cadê o Tatto? — levanto a cabeça olhando por trás dela, mas não vejo nenhum sinal dele.

    — Ele saiu. Na verdade nem vi ele hoje, talvez tenha passado a noite fora...

    Puxo meus cabelos com força e deixo um suspiro escapar da minha boca.

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora