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  Nunca tinha comido um hambúrguer com batata frita tão bom antes na minha vida

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  Nunca tinha comido um hambúrguer com batata frita tão bom antes na minha vida. Ainda sinto o gosto do ketchup e da carne em minha boca. Será que foi ele mesmo que fez? Deu tempo de pedir uma comida enquanto eu tomava banho? Bom, sendo ele ou não que fez, pelo menos enchi minha barriga e agora não vou mais morrer de fome.

    Guardo as coisas que tirei da mochila e tento arrumar a cama que desarrumei ao deitar. O quarto fica com cheiro do meu perfume de jasmim, o mesmo que minha mãe usava. Sempre uso ele, consigo sentir como se ela estivesse comigo o tempo todo. Sinto muitas saudades dela. Era a única pessoa do mundo que fazia me sentir em casa. E agora, a única pessoa que me faz sentir em casa, é Jay. Por isso que dói muito saber que ele está em outra casa agora, em um lugar que ele nem conhece direito e com pessoas que nem faziam questão de tê-lo por perto.

    Mas vou conseguir a guarda dele. Eu sei que vou. Só é questão de tempo até eu arrumar um novo emprego e conseguir um lugar para morar. As coisas podem estar dando errado agora, mas sei que não vai ser assim para sempre. Apesar de que parece que está dando tudo errado de uma vez só.

    — Você vai morar aí dentro, o princesinha?! Quero mijar. — Dante esmurra a porta do quarto, tendo um pingo de senso dessa vez ao bater.

    — Entra, ô sem educação. — grito e ele abre a porta de uma vez.

    Nem olha para minha cara quando entra apressado para o banheiro. Reviro os olhos, pego minha mochila e desço as escadas, um degrau de cada vez. Dou um gritinho quando consigo chegar no final da escada sem cair, me sentindo vitoriosa. Tenho que melhorar logo, uma dançarina não pode ficar com o joelho machucado.

    Logo olho para baixo e vejo o Pedregulho tomando água em uma tigela, com a maior delicadeza.

    — Oi, gatinho.

    — Miau!

    — Você é muito fofo, sabia?

    Ele para de beber água e sai caminhando balançando o rabinho. Vou atrás dele, o seguindo bem devagar para que ele não se assuste. Quando ele vai até uma porta atrás do balcão e começa a arranhar a madeira, eu a abro sem pensar muito. Dou um passo para trás e abro levemente a boca, surpreendida. É uma cozinha completamente mobiliada, com todos os utensílios e eletrodomésticos de última geração.

    — Cacete, que cozinha incrível! — passo minhas mãos na bancada, que está brilhando e cheirando a produtos de limpeza.

    — Miau! Miauuu! — o gatinho mia agoniado me olhando.

    Consigo perceber o motivo de sua agonia assim que vejo o seu olhar triste. Ele está com fome, por isso não para de miar.

    — Você quer ração, Pê? — pergunto deixando minha mochila no chão e me agachando em seguida.

    — Miau!

    — O seu dono não te deu nada pra comer, né? Ele é um dono muito malvado, não é mesmo? — Pergunto e posso jurar que vi o gatinho mexer levemente a cabeça concordando comigo.

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora