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    Estou furioso

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    Estou furioso.

    Não posso acreditar que Jade não contou para Sabrina o que mandei, que na verdade a implorei. Era para ela dizer que eu estava bem, que iria voltar, mas que precisaria ficar um tempo sumido. Não queria preocupar Sabrina, não queria que ela pensasse que sumi por vontade própria e que não pensava nela.

    Porra, eu pensei nela todos esses dias. Todo minuto, arrisco a dizer que cada segundo do meu tempo. Coloquei alguns caras da Knights para vigiá-la, para eu ter certeza que Hunter não tentaria alguma coisa, e para eu ter certeza que estava fazendo o certo em ficar longe.

    E por um lado foi a melhor coisa que poderia ter feito. Precisava de um tempo longe disso tudo para pensar melhor e com mais calma. Agora já sei o que devo fazer, já tenho um plano traçado e em menos de 24 horas Hunter e seu bando já vão estar bem longe daqui.

    Agora é pra valer e ninguém vai nos impedir.

    Respiro fundo e bato com força na porta dos fundos da casa de Tatto. Eu não deveria vir aqui, nem mesmo correr o risco de alguém me ver e dar com a língua nos dentes. Mas preciso tirar a limpo toda essa história com a Jade. O que ela fez foi imperdoável. Confiei nela, porra. Pensei que ela era minha amiga e agora descubro isso? Que Sabrina estava esse tempo todo com raiva de mim?

    Se passam dois minutos e nada de alguém abrir a maldita porta. Tenho certeza que eles estão aqui, então por que não me atendem?

    Sem pensar muito, olho para os lados e depois para o muro em minha frente. Agora virei especialista em pular muros, especialmente a janela de uma tal garota de cabelos verdes e olhos claros. Eu sei que ela gosta quando apareço assim, de repente. E se precisasse, eu escalaria até o Monte Everest por aquela garota.

    Por isso doeu muito quando ela me olhou daquele jeito, com mágoa nos olhos. Por isso que quero tirar essa história a limpo com a Jade, mesmo que para isso eu corra um risco imenso.

    Não vou deixar isso barato, ah, mas eu não vou mesmo.

    Me agacho por um tempo e puxo todo o ar que consigo para meus pulmões. Agarro com mãos firmes ao muro áspero, sentindo uma tensão nos músculos à medida em que impulsiono meu corpo para cima. O suor escorre pela minha testa, misturando-se com a poeira que se desprende do muro.

    O sol forte bate em minhas costas, e quase me desequilibro quando olho para baixo. Meus pés buscam apoio nas fissuras da parede, e me concentro até chegar no topo.

    Consigo ver toda a parte do sul da cidade, as poucas árvores e o grande rio embaixo da ponte. Está tudo tão tranquilo que nem parece a cidade que conheço. Queria que fosse assim o tempo todo, mas sei que não é. Enquanto Hunter estiver aqui, a paz nunca vai estar.

    Ouço vozes abaixo de mim, crianças rindo e brincando. Rapidamente dou um pulo, caindo no gramado do outro lado, antes que elas me vejam.

    Me levanto, sentindo uma dor nas costas. Mesmo assim saio correndo até a entrada, abrindo a porta e dando de cara com uma sala vazia e escura. Não tem ninguém, nem mesmo uma sombra, mas assim que ponho os pés no cômodo, escuto a voz de Jade.

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