Sinto um peso sobre a minha cabeça e uma dor forte nos meus pulsos. Lembro-me perfeitamente do que aconteceu, do susto que levei quando a porta foi aberta e uma arma foi apontada na minha direção. O problema é que não me lembro do que aconteceu para que eu ficasse desacordada e com uma dor imensa na minha cabeça.Aos poucos tomo coragem para abrir os olhos, sentindo o meu estômago se contorcer e a minha boca ficar ainda mais seca. Estou com sede, muita sede. Quando finalmente abro totalmente os meus olhos, a primeira coisa que vejo à minha frente é o meu pai. Ele está sentado numa cadeira, com os braços e pernas amarrados e com a boca e a testa sangrando. Está inconsciente, e o medo de que algo pior tenha acontecido a ele me invade com todas as forças.
Estamos no mesmo cômodo, mas o que já estava revirado, agora está mil vezes pior. Parece que passou um furacão por aqui. A cômoda que antes estava encostada na parede, agora está no chão, com as roupas do meu pai espalhadas pelo piso; o colchão da cama está em pé, como se alguém estivesse procurando algo por debaixo dele.
E isso começa a se tornar um fato quando percebo um homem de aparência mal-encarada olhando para mim com uma arma nas mãos. Ele está parado em frente à porta, e nem sequer o vejo piscar. Não é o mesmo homem que apontou a arma para mim, é outro.
— Acordou, princesinha? — e é então que ele aparece, passando pela porta com um sorriso imenso no rosto. Também está segurando uma arma, mas na outra mão tem uma fotografia.
E quando percebo que é uma foto do Jay, o meu sangue ferve e logo tento me livrar das amarras nos meus pulsos. Me balanço tanto por cima da cadeira, que por um momento quase caio no chão, mas ele coloca as mãos a tempo e impede-me de cair.
Nunca senti tanto ódio de alguém como estou sentindo agora. Desde o momento que o vi, sabia que ele era um monstro apenas pelo seu olhar cruel.
Não deixo de encará-lo, cruzando os nossos olhares como um ímã em meio a tanto caos.
— Me solta! Solta o meu pai. O que você está procurando não vai encontrar! — grito, sentindo os meus lábios inferiores tremerem.
Ele sorri. Um sorriso ameno e calmo, como se eu tivesse acabado de contar uma piada e não estivesse implorando por ajuda.
— Pelo contrário, eu acabei de encontrar. — a sua mão áspera passa pelo meu rosto e eu me encolho, tentando a todo custo evitar o seu toque. — Você é...
Por um momento ele fica com a boca entreaberta, apenas me observando. Não completa a frase e me deixa numa expectativa cruel. Ele olha para mim como se me conhecesse, e esse olhar me assusta pra caramba. Eu nunca tinha visto ele na vida e queria nunca ter visto.
— Hunter, não achei nada no quarto dela. — um outro homem surge. Os seus olhos são tão avermelhados que mal consigo ver a sua íris.
E é então que o medo que tinha cresce mil vezes mais. Arregalo os meus olhos e tento mais uma vez sair da cadeira, mas o Hunter a segura novamente, colocando as duas mãos sobre cada alça. O seu rosto está a centímetros de distância do meu, perto o suficiente para sentir o calor da sua respiração.
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Borboletas de papel
Romance(+16) Uma coisa que com certeza Sabrina Bailey não tem é sorte. Sua vida está de cabeça para baixo e tudo piora quando ela acidentalmente joga uma rolha de garrafa em sua chefe e, consequentemente, é demitida. Para agravar sua situação, ela quas...