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    Encaro a borboleta sem saber o que dizer

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    Encaro a borboleta sem saber o que dizer. Não sei o significado do que está escrito nela, mas algo me diz que isso é um aviso.

    Uma ameaça.

    E minhas suspeitas se confirmam quando vejo o estado de Sabrina em meus braços. Está com o corpo trêmulo, mal conseguindo se manter de pé. Isso mexeu com ela, e a pessoa que colocou isso na porta do meu bar sabia disso. Agora a pergunta que não quer calar: quem foi?

    — E-eu... — ela começa a dizer, mas os soluços a impedem.

    Sem dizer nada, a pego no colo, nem me importando quando a borboleta de papel escapa da minha mão e flutua no ar, antes de cair no chão.  Atravesso o salão e a coloco sentada no sofá. A cabeça baixa e o silêncio dela me assustam. Parece estar em uma outra realidade, perdida em seus pensamentos.

    — Isso não pode estar acontecendo... — ela se abraça, segurando firme seus joelhos dobrados com as mãos.

    Me ajoelho, deixando minhas mãos sobre suas pernas. Ela continua a olhar para um ponto fixo no chão, os olhos repletos de lágrimas.

    — O que é aquilo? O que significa aquela borboleta? — pergunto enquanto acaricio sua cabeça, numa tentativa de acalmá-la.

    Ela não me olha, continua imóvel com os lábios trêmulos e o nariz vermelho. Seus pensamentos estão longe, e daria tudo pra saber o que está passando em sua cabeça agora.

    A única certeza que tenho é que não é algo bom.

    Me levanto, apoiando minha mão no sofá para ganhar impulso. Me sento ao lado dela e coloco meu braço em sua volta, recebendo um olhar repleto de medo e angústia quando ela levanta a cabeça para mim.

    — Minha mãe nunca falava eu te amo, sempre dizia Eu vejo você! E agora isso na borboleta, como se fosse ela, como se ela não tivesse morrido há 5 anos atrás. Parece tão real, Dante, parece que minha mãe ainda está viva e que isso é um sinal que ela está me dando. — ela grita com a voz rouca e a respiração acelerada. — ou alguém que queira me botar medo.

    Franzo o cenho.

    — Você tem alguma ideia de quem seja? — pergunto com a voz baixa, tentando parecer calmo para não assustá-la.

    Ela não diz nada por alguns segundos, apenas olha para o chão, especificamente onde está a borboleta.

    — Eu recebi essa mesma borboleta ontem, mas só tinha o dia do meu aniversário rabiscado no canto do papel. Perguntei ao meu pai se ele tinha alguma ideia de quem tinha mandado, mas ele não me respondeu. Se não for ele, não faço a mínima ideia de quem foi.

    O silêncio surge, deixando minha mente ainda mais acelerada.

    Quem quer que seja por trás disso, está seguindo Sabrina, sabe cada passo dela e sabia que ela estava aqui quando deixou o papel em frente à porta.

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora