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     Quando chego em casa, o dia já se foi

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     Quando chego em casa, o dia já se foi. As estrelas cobrem o céu e, antes de entrar, fico um tempo olhando para elas. Fazia tempo que não olhava as estrelas. Parece que estou tão ocupado que esqueci de olhar para as coisas que mais me fascinam no mundo. E as estrelas são uma delas. Enfio a minha chave na fechadura do portão e, quando entro, sinto um alívio em meu corpo.

    — Lar doce lar!

    Deixo a chave do carro em cima do balcão. Logo, Pedregulho aparece abanando o rabinho e a curiosidade está repleta em seus olhos.

    — Como você está, Pê? — pergunto, o chamando pelo apelido que Sabrina o deu. Até que não é tão ruim assim, tenho que admitir.

    — MIAUUU! — ele continua a me encarar.

    O gatinho passa entre minhas pernas e se esfrega todo em mim.

    — Você está com fome? Acho que deixei a sua tigela cheinha de ração hoje de manhã.

    Vou logo conferir se ainda tem comida pro bichano, e claro que ele já comeu tudo. Mais cedo fiz questão de comprar ração, sachê de frango e outras coisas que gatos precisam. Inclusive um lugar para que ele possa fazer suas necessidades em paz. Já que a dona dele parece ter se esquecido desse detalhe e deixou o gato aqui sem nada. O que não me surpreende, já que Jade não sabe cuidar nem dela, quem dirá de um gato. Não sei até agora o porquê ela deixou ele aqui.

    Com Pedregulho me seguindo, vou até a cozinha pegar o saco de ração para encher o pote. Assim que faço, Pedregulho come com toda vontade, satisfeito.

    — Isso mesmo, gatinho, enche a pança.

    Dou um sorriso e caio no sofá sentindo todo meu corpo doer. Malhei hoje assim que acordei e ainda sinto a dor pelo esforço que fiz. Sempre gostei de malhar, mas ultimamente tenho pegado mais pesado. Preciso estar com o corpo em forma, já que não sei o que pode acontecer e quando o inimigo irá atacar.

    Coincidentemente, batidas na porta me fazem levantar do sofá assustado e logo fico em alerta. Será que Hunter já veio encher a porra da minha paciência? Antes mesmo de perguntar quem é, não penso duas vezes antes de ir até a cozinha e pegar a arma que escondi dentro da lata de arroz. É um lugar inusitado? É. Mas é onde achei melhor para esconder.

    Com passos lentos e segurando firme a arma, vou andando até a porta, que recebe batidas bruscas a cada segundo. Sei que não são nem Jade e Tatto, porque eles têm a chave daqui. Então quem será? Se fosse um dos caras da Khignts, eles teriam me mandado mensagem ou ligado, mas não escutei nenhum toque vindo do meu celular. Seguro a arma com a mão direita e com a outra coloco a mão na maçaneta e mexo lentamente até que ela abre. Me apoio na parede e respiro aliviado quando vejo Tatto.

    — Porra, Dante! Que demora pra abrir. — ele entra segurando um monte de sacola. Assim que vê o que estou na mão, arregala os olhos. — Por que tá com isso na mão?

Borboletas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora