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    Percebo que já estou perto da casa dele quando vejo várias pessoas na rua, bebendo, fumando, agindo como se a vida fosse um jogo

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    Percebo que já estou perto da casa dele quando vejo várias pessoas na rua, bebendo, fumando, agindo como se a vida fosse um jogo. Nessa área da cidade é assim. Não existem regras, cada um faz o que quer e o que bem desejar, contanto que pague o Hunter e deixe-o liderar a área com sua gangue. Não costumo vir aqui, por motivos óbvios, mas sei que existem pessoas boas morando desse lado e que não desejam ter Hunter aqui. Por isso quero acabar com isso de uma vez por todas e trazer paz para essa cidade.

    Saio do carro e dou de cara com um dos fortes aliados de Hunter, o Maicon. Um cara que vive drogado e usa todo tipo de droga na veia. É como se fosse o cachorrinho de Hunter, fazendo o que ele quer e na hora que ele quer. Sempre querendo atenção e respeito dele. Mas nunca recebeu, já que Hunter só tinha respeito e admiração pelo seu melhor amigo: O Zayn.

    E eu o matei na noite passada. Não me arrependo nem um pouco e muito menos sinto pena. Era ele ou nós. E se eu não tivesse feito isso, Hunter estaria dançando em cima do meu caixão agora.

    Maicon me olha de cima a baixo com os olhos molengos e vermelhos.

    — O que está fazendo aqui, cara? Aqui não é sua área, irmão. Some antes que eu avise o Hunter. E você vai virar poeira, hein! — ele solta uma gargalhada, mostrando todos os seus dentes escuros.

    Mostro o canivete na minha mão e Maicon dá dois passos para trás com as mãos para cima.

    — Tá louco pra caralho, hein. O que tá fazendo aqui com esse bagulho na mão?

    A cada passo que dou em sua direção, vejo o medo bem nos seus olhos. Ele engole em seco e mantém os olhos em minha mão. Está se borrando todo, com medo que eu faça algo com mais um deles.

    — Quero falar com Hunter. Ele tá aí, né? — pergunto e aponto a cabeça para a mansão à minha frente.

    O verdadeiro ninho de cobras. O lugar onde Hunter se esconde e manda seus lacaios fazerem o que ele bem quer. Só que isso vai acabar hoje.

    — M-melhor não, cara. Você sabe que Hunter quer ver você morto. Se entrar aí os caras vão comer seu fígado, tá ligado? — Maicon segura meu braço enquanto fala. Sua voz está acelerada e consigo sentir o medo vindo dele.

    Dou uma risada e em seguida um empurrão nele, o fazendo cair no chão. Vejo quando ele tenta se levantar para me impedir, mas já é tarde demais quando piso o pé para dentro da casa.

    O barulho da chuva não me impede de ouvir o som alto vindo de lá de dentro. Consigo ver pela janela várias pessoas dançando com copos nas mãos. Está rolando uma festa em plena tempestade e ninguém parece se importar com mais nada.

    Minha atenção vai para pessoas caídas no meio da grama. Muitos estão deitados no próprio vômito e outros estão apagados. Nem ligam para a chuva que cai sobre eles. Podem estar mortos, mas ninguém se preocupa em checar. Dou mais alguns passos em direção à porta da frente e quando estou prestes a entrar, uma pessoa me reconhece e grita:

    — Assassino!

    Todos olham para mim. A música para e de repente viro o centro das atenções. Seguro firme meu canivete, pronto para qualquer ataque que vier. Deveria ter trazido minha arma, assim acabaria logo com essa situação. Encaro todos com o mesmo olhar que me dão: um olhar de nojo e ao mesmo tempo desespero. Estão com medo de mim, e isso é maravilhoso.

    É bom mesmo eles temerem minha presença, porque sou eu que vou acabar com toda essa merda que acontece aqui.

    — Ora, ora, ora. Vejam se não é nosso amigo Dante. Veio fazer uma visitinha pra gente, é? — ouço a voz de Hunter e logo vejo ele descendo as escadas.

    Está com um roupão felpudo vermelho. E quando percebo que não está usando nada mais do que isso, meu estômago se retorce. Deus me livre da cena que todos vão ver se esse roupão cair.

    As pessoas dão espaço para eu entrar. A cada passo que dou, é como se estivesse indo em direção a um troféu que vou conquistar.

    Assim que estamos cara a cara, Hunter tira um cigarro do bolso e põe na boca. Logo uma menina que não deve ter mais de 18 anos, aparece com um isqueiro e acende para ele. Ela não está usando mais nada além de um biquíni minúsculo. Consigo ver nos olhos dela que está totalmente chapada. Sinto pena, já que com certeza ela deve ter uma família que nesse momento está preocupada e ela aqui, com pessoas que a veem como se fosse um objeto.

    Quando ela se vira, Hunter dá um tapa em sua bunda e ela apenas sorri e se afasta.

    — Gostou da minha garota nova? Gostosinha, né? — ele olha para mim com um sorriso e depois para um ponto fixo em meu rosto. — Belo soco que te dei hoje.

    — Vou te devolver muito mais que um soco, Hunter. Você sabe do que sou capaz. — ameaço dando um passo à frente.

    Hunter solta uma gargalhada debochada.

    — Estão vendo, pessoal? Como o Dante é perigoso? Aí, tô morrendo de medo.

    Todo mundo ri também, menos Maicon, que agora já está ao lado do seu chefe, inquieto.

    — Acho que já esqueceu do que fiz ontem com um dos seus, né? Aquilo foi só o começo, Hunter. E não adianta você tentar nos atacar, isso acaba hoje. — jogo as palavras em sua cara.

    O sorriso dele some e ele me olha com nojo. Parece que finalmente se tocou do motivo da minha vinda.

    — O que você vai fazer? Vai me matar igual fez com Zayn? Pode ter certeza que me matar não é tão fácil assim.

    Não aguento olhar para a cara dele, principalmente quando ele se acha o intocável, o dono do mundo. Mas Hunter não é. E hoje vou mostrar isso pra ele da pior forma possível.

    — É mais fácil do que você pensa. — falo isso e vou pra cima dele com o canivete em punho.

    Todos começam a gritar e Hunter cai no chão com o impacto da minha força. Ele segura meu braço, me impedindo de acertá-lo e consegue me acertar com um soco no estômago. Urro de dor, mas não deixo isso me abalar. Assim que consigo me soltar, acerto seu braço com o canivete e o imobilizo com minhas pernas. O olhar de Hunter muda e consigo sentir o terror em sua face.

    Agora ele está com medo. Agora sabe que sua vida está em minhas mãos.

 Agora sabe que sua vida está em minhas mãos

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