Dou um passo em direção a Sabrina, imaginando que ela logo se afastaria de mim, mas ela faz exatamente o contrário. Ela pula em meus braços, trazendo uma dor imediata ao meu peito pelo peso do seu corpo, mas isso não faz a menor diferença agora. Na verdade, sentir o calor do seu abraço faz com que todo caos dentro de mim desapareça.
Pensei que ela me daria outro tapa, ou até pior: que simplesmente não quisesse mais me ver. E isso eu não iria suportar nunca. Nunca na vida deixaria Sabrina ir embora por algo que não fiz.
Sinto as lágrimas dela molharem meu terno, e seus soluços aumentando aos poucos enquanto ela aconchega sua cabeça em meu peito. Logo beijo sua testa, e acaricio suas costas ao mesmo tempo em que o choro dela vai diminuindo.
É estranho pensar, que do mesmo jeito em que trouxe a dor, também sou o único capaz de tirá-la dela. Eu a machuquei, sei disso, e mesmo não sendo culpa minha, me sinto responsável.
Não sei como, mas sinto.
— Me perdoa... — consigo sussurrar próximo ao seu ouvido. — você sabe que nunca faria aquilo, foi tudo uma encenação da Grace para tentar nos separar...
Sabrina me olha, me fazendo parar de falar no mesmo instante. Os soluços cessaram, e mesmo com os olhos inchados e a boca trêmula, ela tenta sorrir.
— Eu sei... Eu sei... — ela passa a mão rapidamente sobre seu rosto antes de continuar: — Sei que tudo foi uma armação, Dante. E bom que percebi isso cedo o bastante, porque não conseguiria suportar viver achando que você foi capaz de...
Ponho meu dedo sobre seus lábios, a impedindo de falar as próximas palavras.
— Eu nunca seria capaz. Tenho caráter, Pistache, tenho princípios, nunca trairia você. — sinto meus olhos marejados, e respiro fundo antes de sorrir. — Eu amo você, será que não percebe? Que eu daria minha vida, quebraria todas as porras das regras só pra te ver bem, jogaria tudo pro alto e arriscaria tudo por nós dois?
O silêncio se instala segundos antes da boca dela se chocar com a minha, em uma velocidade tão grande que quase caímos no gramado. Seu joelho abre espaço entre minhas pernas, e não perco nem um segundo antes de levantá-la, fazendo suas pernas se entrelaçarem ao redor do meu quadril.
— Eu. Também. Amo. Você. — ela me beija em cada palavra dita, enquanto caminhamos em meio aos tropeços até à porta. — a chave...
Sabrina afasta a sua boca da minha para olhar para a chave no chão. Em questão de segundos solto seu corpo e me agacho para pegar a chave, abrindo a porta o mais rápido possível.
Ela agarra meu braço quando entramos, e me puxa para o beijo, deslizando sua língua para dentro da minha boca e acabando com o espaço entre nossos corpos. Eu a pressiono contra a porta, recebendo um gemido como resposta quando minhas mãos passeiam pelas suas costas tentando achar uma maneira de arrancar seu vestido.
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Borboletas de papel
Romance(+16) Uma coisa que com certeza Sabrina Bailey não tem é sorte. Sua vida está de cabeça para baixo e tudo piora quando ela acidentalmente joga uma rolha de garrafa em sua chefe e, consequentemente, é demitida. Para agravar sua situação, ela quas...