Capítulo 47 - Confrontos e decisões

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ARABELLA MANCCINI

— ME.CONTA.TUDO!!! — grita Fabiana.

— Shiii, sua maluca. Nossa menina está dormindo. — peço.

— Sorry, amiga. É que quase não acreditei quando me ligou dizendo que o Gustavo voltou e que ele conheceu a Mel. — ela diz. Fabiana está jogada no sofá, com sua cabeça em meu colo. Ela está aqui desde que cheguei da casa do Gustavo. Quando rola alguma fofoca, não basta ser contada só pelo telefone, ela quer saber dos detalhes presencialmente.

— Vai dormir aqui hoje? — pergunto. — Pode dormir na cama da Mel.

— Posso sim, mas não vem mudando de assunto não, Arabella Manccini. Me conta tudo, nos mínimos detalhes, por favor.

E pelos próximos minutos, conto tudo a ela em detalhes como pediu. Desde o nosso reencontro no restaurante, até o jantar na casa dele e da avó.

— E como você está se sentindo? — pergunta minha melhor amiga.

— Estranha. Na verdade eu pensei que quando nos reencontrássemos tudo seria diferente. Achei que ele voltaria para mim. Mas caí do cavalo, porque ele nem perguntou como eu passei esses anos. Só quis saber da filha, e não estou tirando a razão dele, óbvio que ele iria querer saber da Melissa, mas... — respiro fundo. — Achei que ele estivesse com saudades de mim.

— Será que ele tem namorada? Casou, sei lá?!

— Acho que não. Não vi nenhuma aliança em seu dedo. Droga! Odeio essa sensação de impotência, de querer falar, mas não poder. Não posso ser vulnerável para um homem que não tá nem aí para mim.

— Isso é o que você está dizendo. — Fabiana diz, levantando a cabeça do meu colo e sentando ao meu lado me encarando.

— Não é, amiga. O Gustavo está diferente. Você precisa vê-lo. Mal olha para mim, será que nunca vai me perdoar pelo que eu fiz?

— Ele não deve nem se lembrar mais.

— Se não se lembra, por que ainda me trata com indiferença? Eu aguento a indiferença de muitas pessoas, mas não suporto a de pessoas que amo.

— Calma, amiga. — me abraça pelos ombros e apoio minha cabeça no seu. — E como a minha sobrinha reagiu com o pai? E ele?

— Foi conexão na mesma hora. Os dois pareciam que já se conheciam há muito tempo.

— E isso é bom. — diz acariciando meu braço com a mão livre. — Essa parte de fazê-lo presente na vida da Melzinha mesmo quando não estava, valeu a pena.

— Sim. — digo, desfazendo o abraço e encarando os olhos castanhos da minha amiga. — E fico feliz por isso, porque ver minha filha contente só por ter o pai presente na sua vida, não tem preço para mim.

— Quem te viu quem te vê, hein, mocinha? — toca meu nariz com o indicador. — Não queria nem ter filhos e agora...

— Eu não me lembro mais como era a minha vida antes dela.

— Ahhh mais eu me lembro...

— E eu não quero saber. — gargalho alto. Depois me recrimino porque lembro que a Mel está dormindo no meu quarto. — Agora chega disso, vamos dormir porque trabalhamos amanhã, e ainda tenho um jantar na casa do Gustavo.

— Outro?

— Sim! A Melissa não quer ficar sozinha ainda com eles. É compreensível, já que não os conhece, só por fotos.

— Minha sobrinha será o cupido de vocês.

— Para de graça, Fabiana. O homem não quer me  ver nem pintada de ouro.

Só quero você (nova versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora