GUSTAVO ABREU
Estou ansioso!
Nunca fiquei tão ansioso na minha vida como estou agora prestes a apresentar a Arabella aos meus avós, que estão loucos para conhecê-la também. Eu não queria que isso acontecesse, não queria sentir algo por ela, aquelas coisas que disse que não combinamos ou que eu nunca me interessaria por ela, é a mais pura verdade, pelo menos a parte que não combinamos.
A Arabella é rica, tem tudo que quer na hora que quer, e eu sou só, eu, um homem humilde que cuida dos avós, trabalha que nem um condenado para ajudá-los e é isso, só isso.
Não sei se ela está sendo sincera com esse interesse por mim e não vou ser hipócrita de dizer que acredito cem por cento nele, porque não acredito. Mas a partir do momento que ela meio que me deu uma chance, o cara bobo que habita dentro de mim ficou louco para aproveitar essa chance.
Paro a moto em frente a minha casa, tiro meu capacete e a encaro, ela já está sem capacete e olha a pequena casa com o cenho franzido, óbvio que Arabella iria estranhar, não estamos na mansão em seu condomínio luxuoso.
— O que foi? O gato mordeu sua língua? — digo, fazendo com que me encare de súbito.
— Não, é que... bem... — respira fundo. — Eu nunca vim em um lugar assim.
Como falei quando a conheci, mimadinha, riquinha e patricinha. Mas como já conheço a peça, só sorrio.
— Eu fico lisonjeado de ter sido a primeira pessoa a te trazer num lugar "como esse".
Minha rua não tem nada demais, só porque precisamos subir uma ladeira e quase a moto empina não significa que seja um péssimo lugar para viver. Minha casa ainda é a melhor da rua devido as reformas que fiz quando arrumei o emprego na boate.
— Gostou da minha casa? — pergunto, vendo que ela não para de encarar a fachada da casa. — Eu reformei tem pouco tempo.
— Você fez tudo sozinho?
— Sim, por quê?
Ela abre um sorriso lindo e diz...
— Como eu disse... Barbie! Você nunca para, homem? — ela empurra meu ombro de leve com o seu ainda sorrindo.
— Às vezes, mas não gosto de ficar parado. Agora vem...— desço da moto e a ajudo descer também. — Meus avós estão ansiosos para te conhecer. — seguro sua mão para que caminhemos até o portão de entrada quando ela estanca no lugar apertando meu braço com a mão livre.
— Como assim estão ansiosos? O que você disse a eles? Disse que sou sua namorada?
— Você é minha namorada?
— Não.
— Então, por que eu diria isso? — ela abre a boca para responder mas não sai nada. — Relaxa, Arabella, eu disse que você é apenas uma amiga que conheci na boate.
— Uma amiga, sei, uma amiga que já beijou.
— Como eu disse, uma amiga. — pisco para ela dando um sorrisinho sacana. — Podemos entrar agora, milady?
Entramos na minha casa, Arabella está atrás de mim apertando minha mão com força, como já a conheço, sei que ela não está tendo essa reação porque é uma má pessoa e está julgando tudo, mas para meus avós que ainda não a conhece possa ser que eles interpretem esse jeito dela como algo ruim. Bom, vamos ver.
— Cheguei com a visita. — falo alto entrando na sala, a encontro vazia e logo escuto a voz da minha avó, aparentemente da cozinha.
— Estamos na cozinha, meu filho. — grita de volta.
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Só quero você (nova versão)
DragosteArabella Manccini perdeu a mãe muito cedo, seu pai sempre a culpou pelo ocorrido, por isso, se tornou uma jovem cheia de traumas. Tudo muda quando conhece Gustavo, um jovem trabalhador e de bem com a vida, então Arabella tem uma ideia, casar com Gu...