ARABELLA MANCCINI
Não achei que sentiria tanta falta do André como estou sentindo. Ele foi embora há três semanas, e estou me sentindo arrasada, mesmo sendo eu quem terminou tudo, me pego muitas vezes com o celular na mão para mandar uma mensagem, mas desisto no meio do caminho. Preciso ser forte.
Sempre vejo Luiza falando com ele ao telefone e sinto vontade de pegar o celular da mão dela e falar com ele, mas não vou deixar que minha vontade e carência me vençam. Meu pai está mais rabugento do que o normal, mal fala conosco em casa e se afundou mais no trabalho. Percebo que Luiza está mal com isso, e cheguei até um dia falar para ela para dar um pé na bunda do marido. Ela merece coisa melhor. No fundo, não sei se ele a ama de verdade.
Estou em casa no notebook vendo algumas coisas de moda, quando a campainha toca. Espero para ver quem é, quando vejo o Gustavo entrando na casa para terminar o jardim. Ele está demorando demais para o meu gosto.
— Bom dia, Arabella.
— Bom dia, Barbie. — sorrio debochada. Me levanto e vou até ele. — Não acha que está demorando muito nesse jardim, não?
—Tem muito trabalho a ser feito.
— Eu destruí mesmo o jardim, não foi? — ele fica sem entender, e eu continuo. — Quando eu tinha doze anos e perdi minha mãe, fiquei tão mal que destruí o jardim. Era dela, minha mãe que cuidava. Dona Cristina era uma especialista.
— Eu sinto muito.
— Não sinta. Bom, termine logo esse jardim porque estou começando a achar que está enrolando para tirar mais dinheiro da gente.
Ele olha para mim furioso. Gosto de provocá-lo na questão do dinheiro. Não sei por que ele fica com tanta raivinha.
— Você não me conhece, Arabella, não me julgue.
— Não estou te julgando, isso é um fato.
— Gustavo, que bom que chegou... — Luiza chega na sala nos interrompendo. — Como está seus avós?
— Muito bem, senhora. Bem, se me der licença, vou para o jardim terminar o meu trabalho.
Ele está prestes a sair quando eu decido segui-lo.
— Vou com você. — e caminho atrás dele deixando Luiza para trás, vejo de soslaio um sorriso que se forma nos lábios dela, mas decido ignorar. Gustavo caminha até o jardim rápido demais, e quase tenho dificuldade de acompanhar.
— Anda mais devagar, suas pernas são grandes e as minhas são curtas. — digo quando chegamos ao jardim.
— O que você quer? — para de repente, quase tombo atrás dele. — Por que está me seguindo?
— Quero conversar.
— Para me ofender de novo?
— Não te ofendi.
— Não? — bufa incrédulo.
— Não! — respondo.
— Está carente, não é?
— Como assim?
— Sei que o André foi estudar fora. É por isso que estou perguntando se você está carente.
— Seu cretino! — o xingo. — Não que seja da sua conta, mas eu e ele terminamos.
— Vocês terminaram?
— Não ouviu o que eu disse?
— E por que terminaram? Ah, já sei, certamente ele não aguentou um segundo mais perto de você, ou então ele achou que um namoro à distância não valia a pena com você por causa desse jeito frio de querer as pessoas.
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Só quero você (nova versão)
Roman d'amourArabella Manccini perdeu a mãe muito cedo, seu pai sempre a culpou pelo ocorrido, por isso, se tornou uma jovem cheia de traumas. Tudo muda quando conhece Gustavo, um jovem trabalhador e de bem com a vida, então Arabella tem uma ideia, casar com Gu...