Só quero você (nova versão)

Capítulo 34 - Jantar romântico

ARABELLA MANCCINI

— Tem certeza que você vai conseguir pagar a conta?

— Pelo amor de Deus, já é a terceira vez que você me pergunta isso. Óbvio que vou.

Eu e Gustavo entramos de mãos dadas no meu restaurante favorito na época que eu esbanjava luxo e dinheiro. Sabe aqueles restaurantes que as porções são pequenas e o valor é super alto? Bom, é esse. E Gustavo fez questão de me trazer aqui porque queria fazer algo especial.

Eu, como uma pessoa mais simples atualmente, disse que estar com ele já é especial. Sim, eu sei que fui super brega, coisa que eu odeio ser, brega e cheia de mi mi mi, mas não resisto quando o assunto é este homem ao meu lado que agora está arrastando a cadeira para que eu me sente.

— Obrigada, jardineirozinho. — sento-me na cadeira, vendo seus olhos se reviraram para mim. Ele já está mais do que acostumando ao me ouvir chamando-o por seus apelidos.

— Aqui é realmente um restaurante lindo.

— Concordo. Mas você vai enlouquecer com o tamanho das porções, então não diga que eu não avisei.

— Sem problemas, tudo por um sorriso no seu rosto. — ele abre um sorriso para mim, segurando minha mão direita que está sobre a mesa.

— Deixe de ser brega. — sorrio brincalhona.

— Não consigo, não é você quem diz que eu sou brega por natureza?

— Ah, sim, verdade. Você só está seguindo sua verdadeira essência. — sorrio de novo, e ele gargalha.

— Você, Arabella Manccini, foi a melhor coisa que me aconteceu. Às vezes me tira do sério completamente, mas eu amo você.

Paro por um momento ainda não acostumada ao ouvi-lo dizer que me ama. Sentir o amor do Gustavo é leve, é sereno. É querer viver coisas com ele que eu não queria viver antes, claro, exceto ser mãe. Me tornar mãe está fora de cogitação e eu sei que precisaremos conversar melhor sobre isso algum dia. Mas estamos recém-casados então, dá para adiar.

Fizemos os nossos pedidos, quer dizer, eu pedi pelos dois porque o meu digníssimo não entende nada do cardápio.

O vinho chega primeiro e já começo a beber, gosto de vinho, mas prefiro algo mais forte.

— Esse vinho é espetacular. — diz, assim que termina de experimentar o Château Hannetot Pessac-Léognan, vinho tinto francês.

— Quero vê se vai continuar achando espetacular depois de ver o preço.

— Quando foi que se tornou tão economista? — pergunta, tomando mais um gole do vinho.

— Depois que eu me casei com você. — sorrio, e ele revira os olhos para mim. — Você está revirando demais esses seus olhinhos verdes para mim. Acho que tenho que castiga-lo toda vez que fizer isso a partir de agora.

— E o que pretende fazer para me castigar, mocinha...?

— Eu vou...— mordo os lábios pronta para dizer uma sacanagem, quando meus olhos pousam em um casal que acabou de entrar no restaurante.

Gustavo percebe meu olhar questionador e olha para trás percebendo de quem se trata.

— O que ele está fazendo aqui, e quem é a mulher com ele? — pergunta.