ARABELLA MANCCINI
— É tão aconchegante o apartamento de vocês, minha filha. — a avó do Gustavo está sentada no sofá, fazendo seu crochê. Ela veio passar o dia com a gente, mas o Gustavo teve que sair às pressas para socorrer um amigo que precisou de ajuda com alguma coisa em casa.
— E está de portas abertas para recebê-la caso decida viver aqui conosco.
— Você sabe que não quero, gosto do meu cantinho.
— Mas a senhora não se sente sozinha? — pergunto, colocando uma xícara de chá a sua frente.
— Agora não mais, soube transformar a solidão em solitude. E te garanto minha linda, quando isso acontece, você não se sente mais só.
Fico feliz em ouvir isso, dona Rute é uma das mulheres mais fortes que já conheci. Quero um dia poder me tornar pelo menos um pouco parecida com ela.
— Cheguei! — A porta é aberta e o Gustavo entra segurando alguma coisa.
— Até que você não demorou. Estava aqui distraindo a sua avó. — ele vai até a avó primeiro e beija o topo de sua cabeça. Depois vem até mim, dando-me um selinho. — O que é isso? — olho para suas mãos e vejo o que segura.
Uma flor, num vaso bonito.
— Não acredito que seu amigo lhe pagou com essa flor!? — pergunto de pé, e com as mãos na cintura.
— Fiz o serviço para ele de graça, e não, ele não me pagou com flores, porque eu comprei essa aqui. Para você. — e estende o jarro para mim.
— Você sabe que eu não tenho o menor talento para cuidar de flores. Elas vão morrer logo logo se depender das minhas habilidades.
— Se você deixar essa flor morrer, o nosso amor morrerá também. — Ele diz, sério. O que me assusta.
— O QUÊ?
— É brincadeira. — sorri.
Mas fico séria, lógico que isso é uma brincadeira e não tem nada a ver com nosso amor morrer ou algo do tipo. Mas palavras tem poder, vai que isso acontece? Gustavo Abreu, eu vou matá-lo, porque agora não esquecerei disso jamais.
— Pode deixar, então. — coloco o jarro em cima da mesa de centro. — Que flor é essa, nunca vi, parece flor de enterro.
— Se chama crisântemo. Ela é uma flor bem resistente, se conseguir fazer a proeza de matá-la, realmente você não tem nenhum talento.
— Então você tem que me ajudar, me dando umas dicas de como fazer para cuidar dela.
— Não se preocupe, te ensinarei tudo que precisa. — sorri para mim.
— Essa flor é linda, meu neto. Fico feliz que tenha puxado esse talento do seu avô. Eu cuido das minhas plantinhas mas talento mesmo, só dele, e você, é claro.
— A senhora é maravilhosa, vovó. — beija o alto da cabeça dela outra vez. — Vou tomar um banho, me esperem para o almoço.
— Eu comprei comida, tentei fazer um arroz mas queimou.
— Tudo bem. — ele sorri, e vai para o quarto tomar um banho.
***
— Isso, muito bem. — diz Gustavo, encostado na bancada da cozinha me vendo refogar o arroz.
— Não acredito que você está me ensinando a fazer arroz. — reviro os olhos, mas não evito um sorriso.
— Você queimou o outro.
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Só quero você (nova versão)
RomantizmArabella Manccini perdeu a mãe muito cedo, seu pai sempre a culpou pelo ocorrido, por isso, se tornou uma jovem cheia de traumas. Tudo muda quando conhece Gustavo, um jovem trabalhador e de bem com a vida, então Arabella tem uma ideia, casar com Gu...