Capítulo 11

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ARABELLA MANCCINI

— Você é maluca!  — minha melhor amiga diz na minha cara.

Agora só preciso de um noivo. Coisa que eu não faço ideia de onde encontrar. Por acaso, alguém em sã consciência aceitaria ficar noivo de mentirinha de uma pessoa aleatória? Há, há, acho que só em livros mesmo, o famoso fake dating. E isso aqui não é um livro, é a vida real, a minha vida.

— Eu sei.  — digo em tom de lamento, batendo a mão no rosto. Estamos na boate, mas na parte de cima no camarote, afastadas da agonia da pista. — E olhe que eu só queria falar com ele sobre me aceitar na empresa.

  — Seu pai é um louco, e ainda por cima te obriga a casar com um cara que você nem conhece.

— Mas agora que diferença faz? Estou noiva de um cara que eu nem conheço. Pior ainda, estou noiva de um cara imaginário.

— Olhe ao redor, Bella, olhe quantos carinhas gatos temos em volta, algum vai querer se tornar noivo de uma mulher maravilhosa como você.

— Obrigada por você ser maravilhosa, mas isso aqui não é um livro, amiga, é vida real.

— Já disse que pode morar comigo.

— Ele me proibiu, mas confesso que se eu não encontrar um noivo falso, eu vou fugir de casa, me aceitaria?

— Óbvio! Já disse que sim. — beberica o resto do drink que está em seu copo. — Acabou minha bebida, vou lá buscar mais, aliás, você já experimentou o novo drink que aquele barman gato faz?

— Já, e odiei. — menti, porque eu amei. — Traz uma bebida para mim, mas eu não quero o drink desse cara.

— Por quê? O que tem contra o cara gato?

— Porque ele é insuportável.

— Vamos comigo buscar os drinks?

— Não quero encontrar o jardineiro. — digo, cruzando os braços.

— Jardineiro? 

— Sim, ele é o jardineiro lá de casa, e não quero encontrá-lo porque toda vez que nos vemos brigamos e hoje estou tão chateada que se eu o vir  vou ficar ainda mais.

— Tudo bem, vou buscar nossas bebidas e já volto, o que vai querer?

— Tudo menos o drink da Barbie. — dou um sorriso de lado para ela, que franze o cenho me encarando sem entender, e antes que eu explicasse que Barbie é como eu chamo o jardineiro barman, ela já havia sumido.

Enquanto minha amiga foi buscar as bebidas, eu fico de pé e começo a dançar sozinha, a batida da música penetra os meus poros e eu começo a rebolar. É quando me lembro do André e como eu não sofri mais pelo término e só durou algumas semanas. É aí que me pergunto se eu o amava de verdade. Será que sou tão fria que não consegui sofrer tanto por ele? Mas acho que foi porque eu que terminei, e a forma que ele foi embora jogando aquelas coisas na minha cara me deixou com raiva.

Hoje entendo que foi melhor assim. Não percebo quando Fabiana volta, ouço sua voz sobressaltar a música alta e olho para trás vendo-a levantar os dois copos de drinks e sorrindo para mim.

— Obrigada. — pego o copo de sua mão. — Por que esse sorriso? — pergunto, porque desde que voltou do bar não parou de sorrir.

— Já achei o boy perfeito para você, aquele que vai ser o seu noivo.

Viu, eu sabia que tinha alguma coisa.

— Quem? Não acredito nisso, você só foi pegar bebidas.

Só quero você (nova versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora