Capítulo 50 - Ciúmes

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GUSTAVO VASCONCELOS

Sou um covarde!

Não suportei a ideia de encontra a Arabella no dia seguinte depois do que eu fiz na noite anterior. Acordei muito cedo, corri no condomínio, voltei para casa, tomei um banho rápido e saí apressado para o novo escritório que estou montando aqui no Rio.

Por vezes quis mandar mensagem para ela e pedir desculpas, mas decidi deixar tudo por isso mesmo. Uma hora essa loucura vai passar, assim que Melissa se acostumasse a ficar sozinha comigo e minha avó, a Arabella não precisaria mais ficar lá em casa, nos veríamos poucas vezes na semana e tudo certo.

Ou não...

Não sei o que fazer.

Mais tarde, fui buscar minha secretária no aeroporto. Ela trabalhou como secretária do meu pai por anos. É uma mulher de meia idade que nunca se casou nem teve filhos. Pela forma que ela falava do meu pai, sei que eles se envolveram no passado, mas desconheço os detalhes que impediram o relacionamento de seguir adiante. Assim que mencionei a Manuela sobre minha mudança de volta para o Rio de Janeiro, ela prontamente se ofereceu para me acompanhar e quis vir comigo. Ela ficará em um apartamento perto do escritório que aluguei.

— Nunca na minha vida imaginei que eu moraria no Rio de Janeiro. — diz sorridente à minha frente. Estamos organizando milhares de papéis nas gavetas. Ela trouxe tudo em três malas.

— Espero muito que goste daqui. — digo, guardando alguns papéis em pastas. A maioria deles, Manuela jogou fora ou separou antes de vir para cá.

— Só em ter praias à minha disposição? Já amei, Gustavo.

Pedi para ela não me chamar de senhor, afinal, me sinto estranho sendo tratado com tanta formalidade por alguém mais velho que eu.

— E sua filhinha? Quero conhecê-la.

— Vou conversar com a mãe dela para Melissa ir lá em casa nesse fim de semana.

— Ótimo! E ah, o Cristóvão virá semana que vem.

— Ok!

Cristóvão é o sócio da empresa, da minha idade, e muito inteligente. Ele é advogado e se tornou também meu braço direito. Insisto para que venha morar aqui no Rio, mas ele está noivo e sua noiva está esperando o primeiro filho. A família dela está em São Paulo, então Cristóvão vai trabalhar lá, vindo quando precisarmos dele.

***

A semana passou rapidamente, busquei Melissa algumas vezes na escola, mas não a trouxe para minha casa. Íamos tomar sorvete e eu a deixava na casa da Luiza e Fernando. Falando nele, meu ex-sogro não me procurou mais para saber das ações. Eu quero vendê-las, pois não quero nada relacionado aos Manccini, mas, por outro lado, gosto de saber que tenho algo que ele quer mas que nunca terá.

Outra coisa que passa pela minha cabeça é cancelar os contratos que temos com os Hotéis Manccini na agência. Só não o faço porque infelizmente os hotéis do Fernando são os mais procurados pelos clientes em todo o mundo. Eu sairia perdendo se o fizesse.

Estou no escritório organizando algumas coisas quando meu celular vibra, pego-o imediatamente e vejo o nome da Arabella na tela, surpreendendo-me. Depois daquele dia do beijo e de como eu fugi como o diabo foge da cruz, nunca mais nos vimos. Sempre que eu queria pegar a minha filha mandava mensagem para ela e, quando eu deixava a menina com os Manccini ela ia buscar. Fim da história...

Arabella: Quer ficar com a Mel hoje?

Eu: Claro! Eu posso buscá-la?

Arabella: Na casa da minha madrasta, estarei lá às 18h. Pode buscar a Mel lá, sinto que ela já está mais acostumada com você.

Só quero você (nova versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora