Capítulo 29 - Ciúmes

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GUSTAVO ABREU

Bárbara...

O meu passado está bem aqui na minha frente.

— Oi, Gustavo. — abre um sorriso hesitante. Faz anos que não a vejo, desde que terminamos não tive nenhuma notícia dela.

— Bárbara. — repito seu nome, sem acreditar que é ela. Vê-la outra vez me deixa agoniado. Todas as lembranças retornam com força ao meu coração. Desde que nos conhecemos até a forma que ela terminou tudo, dizendo que eu só era um passatempo e que nunca ficaria comigo de verdade.

Logo me dou conta que ainda seguro a cintura da Arabella e nervoso, aperto sem querer. Encaro os olhos azuis da minha esposa e percebo quando ela me analisa lendo o meus pensamentos.  Então ela toma à frente da situação.

— Olá, Bárbara. — estende a mão para ela que segura  após uns segundos analisando a mão da Arabella. — Eu sou a Arabella, esposa do Gustavo.

— E-esposa? — ela gagueja. — O prazer é todo meu. Gostaria de conversar com você, Gustavo. — seus olhos saem da Arabella e agora encaram os meus. Mesmo com a pouca luz consigo enxergar o verde brilhante dos seus olhos.

— Bom, sinto muito, querida, mas o Gustavo não tem nada para falar com você. — intervém Arabella. — Aliás, ele nunca me falou de você. — mente. — O que vocês são? Amigos? Ex-namorados?

— Ex-namorados. — Diz Bárbara levantando o queixo, altiva.

— Hummm, nunca me falou dela, amorzinho. — sinto os braços da minha esposa apertando-se mais na minha cintura e ela dá um beijo na minha bochecha ficando na ponta dos pés.

Sei o que Arabella está fazendo, ela está me ajudando a sair por cima, porque ao contrário do que ela disse para Bárbara, ela sabe muito bem o que aconteceu entre mim e ela porque eu já contei.

— Por favor, Gustavo. Precisamos conversar. — ela repete, aparentemente angustiada.

Pera aí, angustiada? Essa não é a mesma Bárbara que eu conheci no passado. A mesma que quebrou meu coração em mil pedaços.

— Não acho certo vocês terem essa conversa, se não entendeu Bárbara, o Gustavo é casado agora.

— Estou vendo. — ergue o queixo.

— Arabella, obrigado por cuidar de mim, mas posso me defender sozinho, não preciso que faça isso por mim. — tento soar o mais gentil possível, mas pela sua cara, não consegui. Arabella imediatamente tira os braços da minha cintura e os cruza.

— Ah, é? E você quer conversar com ela? — não faço de propósito, mas sinto uma pontada de alegria ao pensar que essa sua reação pode ser ciúme.

— O que você quer me dizer, Bárbara? Pode dizer aqui na frente da minha esposa.

— Prefiro que seja em particular, se sua esposa não sabe da história então não tem porque ouvi-la.

— Eu se... — antes de contar que sabia de tudo. Bella se cala, ainda com os braços cruzados começa a bater o pézinho no chão. — Olha, quer saber, vou pegar um drink que é o que eu faço de melhor aqui, beber. Fiquem à vontade. — diz num tom debochado e se retira. Acompanho com os olhos até verificar que ela está segura no bar. Observo quando Arabella pede uma tequila e a toma de vez, fazendo careta ao chupar o limão. Sorrio. Essa mulher me tira do sério e ao mesmo tempo me traz juízo, tudo na mesma proporção.

Eu a amo.

Só queria que ela sentisse o mesmo por mim.

— Seus olhos brilham, vejo que está mesmo apaixonado. — meu encanto é quebrado pela voz da Bárbara. — Podemos ir para um lugar mais silencioso?

Só quero você (nova versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora