GUSTAVO ABREU
Nunca uma mulher me deixou tão confuso como a Arabella Manccini. Sua atitude em relação a mim mudou da noite para o dia. Uma noite ela me provoca, e no dia seguinte está doce e até carinhosa. Mesmo assumindo para mim mesmo que gostei dessa nova versão dela, posso admitir também que tenho medo. Não disse para ela e nunca direi, mas uma pessoa já me magoou, e desde então protejo meu coração de possíveis desilusões amorosas. E Arabella é sim uma possível futura desilusão.
Para ser sincero, nunca consegui resistir muito a ela. A dona dos lindos cabelos castanhos tem um charme só dela, um certo charme que me conquistou quando a vi pela primeira vez, apesar de quê, quando abriu a boca, esse encanto foi embora. Hoje, vendo-a tão gentil, me fez querê-la novamente.
Droga, Gustavo, por que tão fraco?
Mas, se ela quer ser minha amiga, vou tentar me dar melhor com ela. Esse negócio de viver discutindo não é para mim, sempre me dei bem com todo mundo.
O jardim que estou refazendo já está quase pronto. Faltam alguns detalhes para terminar. Não passa das 15h da tarde quando eu a vejo. Arabella está no seu quarto, há uma janela que dá para o jardim. Essa mesma janela está aberta, e eu consigo vê-la de costas conversando com alguém. Suas costas estão nuas, posso admirar de longe a pele perfeita e aparentemente muito macia. Na mesma hora, minhas mãos queimam de vontade de tocar sua pele.
O que está fazendo, Arabella?
Ela faz menção de virar de frente para janela, e eu me assusto pensando que seus seios vão ficar à mostra. Mas não, ela só pega algo que cai no chão: um biquíni, pelo que consigo enxergar de longe, um biquíni branco que ela veste. Ufa! Ela desaparece da janela, e só assim volto a me concentrar no que estava fazendo.
Quando cheguei para arrumar o jardim, ele estava todo destruído. Arabella me confessou um dia que foi ela quem o destruiu. Como era o cantinho de sua mãe falecida, capricho para que ela fique feliz.
Celeste, a cozinheira maravilhosa que faz uns deliciosos lanches, me trouxe um suco gelado de abacaxi. Paro um pouco para tomá-lo, e foi quando ela aparece.
Arabella e sua amiga estão de biquíni indo em direção à piscina. Mas meus olhos só miram Arabella, deliciosa naquele biquíni branco quase fio dental, mostrando suas curvas e seu bronzeado lindo.
Arabella deixou bem claro que me quer só como amigo. O que me alivia é saber que mesmo eu aceitando ser amiga dela, não nos damos bem. Digo e repito que eu nunca me envolveria com ela. Química podemos até ter, mas rolar sentimentos? Jamais!
Fico observando-a mergulhar na piscina, mas logo volto a me concentrar nos meus afazeres. Ficar olhando uma patricinha tomar banho de piscina não leva ninguém a lugar nenhum.
Horas mais tarde, quando estou arrumando minhas coisas para ir embora, sou interceptado por uma Arabella molhada, com uma canga amarrada na cintura.
— Por que não vem tomar banho de piscina com a gente?
— Não posso, já estou indo para casa.
— Ah, Gustavo, fica mais um pouquinho. — ela se aproxima de mim e volta a tocar meu braço como fez mais cedo, e faíscas voltam a penetrar em mim.
— Já disse que não posso, Arabella. Fiquei de ajudar um vizinho a fazer a mudança da casa dele. — digo. Foi quando ela tira a mão de mim, e eu sinto falta do seu toque.
— Você nunca relaxa? Sempre anda fazendo coisas pelos outros. Quando você vai fazer alguma coisa por você mesmo? Do tipo, se divertir um pouco com uma garota legal tomando banho de piscina?
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Só quero você (nova versão)
RomanceArabella Manccini perdeu a mãe muito cedo, seu pai sempre a culpou pelo ocorrido, por isso, se tornou uma jovem cheia de traumas. Tudo muda quando conhece Gustavo, um jovem trabalhador e de bem com a vida, então Arabella tem uma ideia, casar com Gu...