Só quero você (nova versão)

Capítulo 30 - Eu não te amo

ARABELLA MANCCINI

Grito ao sentir minha cabeça explodindo de dor. Eu sou mesmo sem um pingo de juízo, porque esse grito só fez com que minha cabeça doesse ainda mais.

— Hamm, o que aconteceu? — Gustavo acorda ao meu lado me olhando desesperado.

— Só minha cabeça que está explodindo. — jogo meu corpo na cama e fecho os olhos. — Ai. — resmungo.

— Sabe que eu não sinto nenhum pouco de pena?

— Por que está dizendo isso, jardineirozinho de quinta, barman falso?

— Barman falso? Mas que...

— Anda, responde. — devagar, sento na cama ficando de frente para ele que me encara também sentado na cama quase sorrindo. — Não sorria ou eu mato você. — digo, semicerrando os lábios.

— Você se lembra o que aconteceu ontem?

— Só você de papinho com aquela Bárbara, você me deixou para ficar com ela, seu cretino de uma figa... — vou para cima dele e começo a lhe dar tapinhas no peito. — Seu idiota, Barbie sem profissão... — continuo batendo nele, mas como meus movimentos estão lentos, ele consegue me segurar pelos pulsos.

— Está com ciúme? — pergunta, trazendo meu corpo para perto do seu e quase caio em seu colo.

— Tá louco? — me desvencilho das suas mãos e saio da cama, mas tropeço devido a tontura e seguro no guarda-roupa.

Sinto as mãos do Gustavo ao redor da minha cintura me dando apoio.

— Mais que merda eu tomei ontem? — pergunto de cabeça baixa, apoiando-me  nele ao invés do guarda-roupa.

— Vários shots de tequila.

— Mas eu não bebo tequila. — encaro-o rápido demais e vejo um sorrisinho se formando em seus lábios.

— Diga isso para a Arabella enciumada de ontem.

— Não estava com ciúme. — digo imediatamente, e faço com que me solte. Vou andando, segurando pelas paredes, até chegar ao banheiro e, quando olho no espelho... estou uma tragédia.

Cabelo todo desgrenhado, cílios faltando, inclusive um está colado na minha bochecha. Rímel escorrendo, batom borrado...

— Aaaaaaaa! — grito, e olho o reflexo do Gustavo pelo espelho, quando entra no banheiro desesperado.

— O que foi?

— Estou horrível! Não entre aqui, não quero me veja assim.

— Como se eu já não tivesse te visto acordando.

— Ainnnn, hoje está sendo um péssimo dia. — apoio minhas mãos na bancada da pia e solto um grito esganiçado.

— Tome banho, Arabella. Vamos conversar depois disso. Vou fazer café.

E sai me deixando sozinha no banheiro, olhando para uma Arabella horrorosa pelo reflexo do espelho.

***

Uma hora depois estou sentada na mesa de jantar, com algumas torradas, manteiga e suco na minha frente e um Gustavo bem sério ao lado.