Capítulo 31 - Decisões

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ARABELLA MANCCINI

Acordo assustada com a campainha tocando.

— Mas que diabos... — resmungo ainda de olhos fechados.

Sinto um braço ao redor da minha cintura, por um momento não lembro o que está acontecendo, mas logo me recordo da noite quente que eu e o Gustavo tivemos ontem e me dou conta que esse braço musculoso ao redor de mim é do meu marido.

Não me pergunte o que aconteceu comigo porque nem eu mesma sei. A única coisa que entendo é que quando o Gustavo pediu que se eu não pudesse amá-lo o deixasse livre, joguei tudo para cima e me entreguei ao que já vinha sentindo há muito tempo: Desejo.

Sim, eu o desejava de maneira louca, só não queria dá o braço a torcer e admitir. E aconteceu o que eu mais temia, se me entregasse acabaria apaixonada.
Na verdade acho que já estava um pouco, meu coração no fundo já sabia, só a minha cabeça que não queria admitir.

Estou apaixonada por Gustavo Abreu.

E essa paixão pode nos destruir, o que me faz ficar apavorada.

Às vezes penso que nunca amei o André de verdade, porque quando ele foi embora o que acabou no nosso término, eu mal sofri. Mas com o ultimato do Gustavo e só de pensar que ficaria longe dele, um nó se formou em minha garganta e meu coração se apertou de uma forma tão grande que era como se alguém estivesse o esmagando. E foi aí que deixei isso que estava sentindo que até então não sabia o nome, mas que agora eu sei — paixão —, me levar e acabou dando no que deu.

Eu e ele, nus, sob os lençóis e nos amando intensamente.

Porque a noite de ontem não parou no quarto, transamos em todos os cômodos dessa casa, que não são muitos, e foi maravilhoso. O melhor sexo da minha vida.

Tento levantar para atender a bendita porta, mas o braço do Gustavo faz peso sobre mim. Me desvencilho com cuidado e saio da cama completamente pelada. Visto a camiseta do Gustavo que pego jogada no chão e ela vira um vestido em meu corpo.
Olho para cama e vejo esse espécime de homem magnífico deitado nela, seu tanquinho está à mostra e babo só de imaginar minha língua percorrendo aquela barriga, coisa que eu fiz muito ontem.

Saio dos devaneios quando escuto o barulho da campainha outra vez.

— Já vai. — falo alto, mas depois lembro que Gustavo ainda dorme. Saindo do quarto, vou abrir a porta. — Só quero ver a cara do Gustavo quando descobrir que já são quase onze da manhã.

Abro a porta me deparando com minha madrasta.

— Madrastra? O que faz aqui? — digo, e ela revira os olhos, amo chamá-la assim.

— Esqueceu do nosso almoço?

Ah, o almoço. Combinei com ela um almoço aqui na minha casa. E sim, esqueci completamente.

— Você esqueceu.

— Sim, mas é porque estou com muita coisa na cabeça esses tempos. Mas entre, fique à vontade.

Dou espaço para que ela entre, assim que minha madrastra coloca os olhos na sala completamente bagunçada, ela murmura:

— Um furacão passou por aqui?

Almofadas estão no chão, o lençol que usei para me cobrir enquanto assistia o filme também, o controle da tv, alguns objetos caídos e...

— Não acredito, minha xícara preferida. — vi toda estilhaçada a xícara que usei para tomar um chocolate ontem à noite, antes que o Gustavo tivesse chegado.

Só quero você (nova versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora