No Rastro do Amor - Freenbecky

Capítulo 34 ( Vizinhança )

Pov/Freen

Não vou mentir, eu estava muito sufocada com tudo. Um nó se formou em minha garganta, nunca me senti tão confusa assim, uma confusão que eu fiz sem precisar. Eu parecia calma por fora, mas por dentro só eu sabia a guerra que estava enfrentando. Um lado meu falava que era para eu tomar uma atitude logo, ainda mais depois que ela ficou daquele jeito. A Nam tinha razão, eu estava fazendo ela sofrer, eu era a culpada, eu que deveria tomar uma iniciativa, eu teria que falar para ela o quanto antes todos os planos lindos que tenho feito em minha mente, todos eles com nós duas felizes, se amando a cada Estado diferente que cruzariamos as fronteiras, até o dia que a gente quisesse parar para construir uma vida mais fixa se ela quiser, casamento talvez?

Saí daquela fazenda montada no cavalo dourado, estava disposta até mesmo ficar nessa cidade, só faria a viajem com meu avô e voltaria para ficar com minha real felicidade, não me imagino mais viver em um mundo sem ela. Corri com o dourado, ele soprava igual ao vento forte do temporal que vinha chegando. A chuva fina que já estava molhando meu corpo, o frio que xicoteava minha pele, não se comparava a dor que estava em meu peito quando passava as lembranças dela, pode parecer dramático, mas eu nunca senti isso. Ao mesmo tempo que meus pensamentos corriam como o dourado, vinham junto deles a insegurança, odeio quando eu mesma coloco essas coisas na minha cabeça, em minha mente ela não iria aceitar, até mesmo por ela já ter passado o que passou no último relacionamento dela. Não sei de onde apareceu tanto medo de ganhar um "não".

Na hora em que eu falei tudo que estava dentro de mim, falei sobre eu ter ficado chateada por uma coisa que eu já sabia que ela estava fazendo para se proteger, isso veio como um estralo na minha mente. Tudo que eu estava sentindo não chegava nem perto do que ela já passou, é claro que ela teria medo, medo de eu ir e agir como se nada tivesse acontecido, parecendo até mesmo que tudo que eu prometi a ela era apenas da boca para fora. Criei coragem e falei o que eu realmente queria que ela soubesse, o que realmente importava para a gente. Agradeço muito a Nam por ter me dado aqueles puxão de orelha, só assim consegui criar coragem.

Acordei na manhã do outro dia agarrada nela por trás, dei um sorriso lembrando de ontem, meu coração acelera só de pensar que eu consegui falar para ela tudo que estava entalado fazia tempo, e ela aceitou ir embora comigo. Olhei o rosto dela e ela estar dormindo tranquilamente.

Comecei a deixar beijos no pescoço dela, e ela começou a se despertar, se alongando igual um gatinho, tão fofa.

- bom dia, amor da minha vida - sussuro na orelha dela e deixo uma mordida.

- bom dia - ela dar um sorriso virando um pouco o rosto, deixo um beijo na Buchecha dela, e ela pega minha mão que estava na cintura para dar um aperto - que horas são?

- vai dar 5h

- tenho que me arrumar - ela tenta se levantar, mas eu aperto ela ainda mais

- não vai - falo com uma voz manhosa e ela rir.

- mas eu tenho que trabalhar, amor - escondo o meu rosto no pescoço dela, ficamos assim por uns minutos - agora eu realmente tenho que me levantar, não posso perder meu emprego - ela se desvencilha de mim e se senta na cama - você só vai ser minha patroa quando voltar da viagem - ela toca meu nariz com a ponta do dedo.

- patroa é? - pergunto rindo

- sim, você vai ser minha chefe

- não, você que é a minha, vai mandar em mim - ela nega com a cabeça - acho que você já percebeu que eu sou sua cadelinha, se você mandar eu latir agora, eu vou latir.

- ah, então você se alto denomina minha cadelinha? - ela fala dando uma gargalhada

- não vi qual é a graça - me sento também na cama de frente para ela.