Capítulo 41 (finalmente)

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Pov/Becky

Quando aquela camionete gigantesca deu partida, levando para longe, o amor da minha vida, senti meu coração palpitar em descontrole. Observei a mesma até que fosse impossível alcança-la com a minha visão, porém meu pensamento viajaria junto a todo momento. Ao voltar para meu apartamento, demorou alguns minutos para que minha ficha caísse. Sentada em uma das cadeiras, olhei ao redor daquele apartamento agora vazio, "vazio" não de objeto, mas da sensação de que não terei ela todas as noites até o amanhecer de mais um dia. Como irei me adaptar sem ver ela tirando toda aquela roupa de boiadeira para vestir uma roupa leve e dormir agarrada comigo, de ver também a mulher mais bruta e seca com o resto do mundo, ser a pessoa mais doce e sensível quando está comigo, não nego a ninguém que irei sentir bastante a falta dela, mesmo sendo apenas dois meses.

O dia se passou "tranquilo", fiquei o dia trancada em meu apartamento, assisti TV, fiz algumas coisas para comer. Ao entardecer, senti o peso que o fim do dia trás, aquela sensação angústiante que havia tempos que não sentia... acho que sou muito dramática, isso sim.

Depois da minha rotina para dormir, vesti meu pijama dos ursinhos carinhosos que escondi a sete chaves para a Freen não ver. Credo, já pensou se ela souber que gosto dos ursinhos carinhosos? Certeza iria me zoar para o resto da vida, se bem que eu queria ela me zoando nesse exato momento, só para te-la aqui comigo, nem notei e já estava com um sorriso no rosto, ao lembrar dela.

- foco Rebecca, foco. Vão ser dois meses e não dois dias, então terá que se acostumar, minha filha - me deito puxando a coberta para me cobrir. Solto um suspiro e Bufo ao mesmo tempo. Esse travesseiro não me trás o mesmo conforto que uma garota de olhos marcantes, lábios carnudos, altura e tamanho ideial feita especialmente sob medida para mim, com seu braços fortes, seu corpo quente, e seu cheiro doce. Fecho meus olhos com força, essa noite eu não durmo. Mudo a posição ficando de lado e passo meu braço por baixo do travesseiro.

- mas o que... - sinto algo debaixo e me sento ligando o abajur. Tiro o travesseiro vendo um embrulho e um bilhete apregado no mesmo.

Minha flor, você acha mesmo que eu conseguiria ir sem ter a certeza que você estaria segura? Só se eu fosse a pessoa mais burra do mundo em te deixar trabalhando num bar, correndo o risco de ser demitida a qualquer momento. Não conseguiria fazer nada que preste sabendo que deixei a coisa mais valiosa da minha vida correndo riscos. Aqui está uma quantia em dinheiro, será o suficiente para dois meses. se caso der algo errado, por favor, não hesite em usá-lo, o dinheiro é nosso, não se preocupe.

Com amor, aquela que está pensando em você nesse exato momento.

Desfiz o embrulho tendo em minhas mãos um bolo de dinheiro, amarrado em ligas. Como eu vou guardar isso tudo aqui nesse apartamento?

- a Freen é maluca, minha nossa - não teve nem como ficar brava com ela de achar que eu usaria aquele tanto de dinheiro em dois meses mesmo se precisasse, Afinal, mais uma vez a Freen me fez sentir amada e cuidada, que mulher incrível.

Na manhã do outro dia, acordei com o despertador do celular. Me sento na cama e a exaustão da noite mal dormida atinge em cheio meu corpo.

Que inferno!

me levanto e vou direto para o banheiro tomar um banho e começar a me arrumar para o trabalho. Não sei que horas a Freen irá mandar mensagem, mas pelo que eu intendi ela vai se comunicar antes de sair da Fazenda em que está.

Não tirei meus olhos nem um minuto do celular, se tudo deu certo, ela chegou ainda ontem na fazenda. Depois de tomar meu café, nenhuma mensagem recebi.

No Rastro do Amor - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora