Capítulo 46 (Desandeiro part 2)

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Pov/Freen

Corri na direção da camionete na esperança da Becky estar por lá

- Becky? - chamo assim que vejo ela escorada na porta do veículo, com os braços cruzados e uma postura rígida. - amor...

- me leva pra casa? - responde no seco, sem se virar para me olhar.

- como assim casa, Becky, vamos conversar - aproximo tentando toca-la, mas na mesma hora, Becky se afasta.

- tô cansada, Freen, só quero ir para o meu apartamento - sua voz é falha, como se não estivesse a sustentação vocal necessária.

- Becky, você já devolveu o apartamento.

- então me deixa em qualquer lugar, que droga!! - ela enfim se vira. Seu rosto está totalmente vermelho, essa tonalidade eu conheço muito bem, "raiva" muita raiva, e acho isso mais do justo da parte dela, até eu consigo sentir raiva de mim por deixa-la assim.

- eu não vou te deixar em nenhum lugar antes de conversarmos! - falo com uma certa firmeza um pouco desnecessária, só percebi quando vi ela se encolhendo no próprio corpo demonstrando fragilidade. - me desculpa... - tento tocar o braço dela novamente, mas ela não deixa, e desvia.

Puxei o ar expandindo meus pulmões e soltei vagarosamente. "é, vai ser muito mais difícil do que eu imaginei, e não mereço menos do que isso".

Levantei minha mão para apoiar na camionete um pouco ao lado do corpo dela para fazer minha tradicional pose e pensar melhor. Becky em um reflexo de defesa colocou as mãos no rosto.

- Becky?!... Como assim você pensou que eu ia te bater? - pergunto incrédula, me afastando na mesma hora. Ela nada responde e eu fico pasma, incrédula, em que momento passou pela a cabeça dela que um dia eu iria machuca-la? - amor, sou eu a Freen, Nunca encostaria um dedo em você dessa forma, pelo o contrário, sou capaz de morrer para te ver bem. - Me escoro na camionete com uma certa distância.

- você vai me levar, ou eu vou ter que ir andando?

- amor, vamos... - ela sai pisando duro em direção da saída da Fazenda. Passo a mão no rosto - aô mulher difícil

- Aé?! ENTÃO ARRUMA UMA FÁCIL - Becky volta como um relâmpago ficando na minha frente, com todo o ódio do mundo depositado em seu corpo. - pelo o visto aqui tem uma fácil pra você!... Os pais dela gostam de você, ela gosta você - Becky treme seus lábios com as palavras e seus olhos se enchem de lágrimas - até o teu cachorro gosta mais dela do que de mim, então isso quer dizer que sou eu quem está sobrando nessa história

- Becky, eu não quero...

- me fala uma coisa, Freen... Quantas? Quantas você deixou te esperando?... - sua voz vacila, e eu abaixo a cabeça para não olhar seus olhos que carregam mágoa, não consigo ve-la assim. - 2 meses... O mesmo tempo que deu pra mim para o seu retorno, você deu a ela... Achou pouco e ainda me trouxe para dentro da casa dela, para que me humilhasse.

- Becky, você tá misturando as coisas, eu falei que voltaria aqui para os bezerros que fiquei de vir buscar, não pra ninguém, nunca voltei de alma e coração aberto, como voltei pra você, nunca permiti amar alguém como te amo. Eu tenho sim meu passado, mas prefiro mil vezes esse presente, onde você está. E te trouxe aqui, sim! Sabe por que? - ela me observa sem demonstrar nenhuma reação - porque eu quero e vou te apresentar para o mundo todo se for preciso, não importa o caralho que for, eu vou te apresentar como minha namorada sem medo algum. Que se foda quem gostar ou não, eu escolhi você, nunca irei abrir mão dessa escolha. - ela baixa a cabeça e eu alcanço sua mão, suspirei em alívio quando ela não desviou do meu toque. - baby...

No Rastro do Amor - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora