Capítulo 51 (12h de terror)

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Pov/Freen

A escuridão se distorce virando um grande vulto em minhas vistas. O barulho de risadas misturados aos latidos de cachorros machucam meu ouvido. Aos poucos, uma dor fina localizada em minha nuca, me faz grunir.

"Certamente esteja me despertando de uma noite inteira de bebedeira".

Meu sentido olfativo é devolvido conforme vou tomando posse de meu próprio corpo. O cheiro de pólvora é o que consigo sentir.

Me dói, até mesmo para respirar.

Minha consciência é retomada assim que algo me atinge como se fosse uma tacada de água.

Abri e fechei meus olhos várias vezes, na tentativa de fazê-los ver com exatidão o que está ocorrendo ao meu redor. O encomodo foi instantâneo quando recebi o foco de uma lanterna na minha cara.

Sou colocada de joelhos mesmo sem ter as forças necessárias para me manter na posição. Alguém segura meus cabelos para que meu rosto seja erguido. Não consigo assimilar a situação em que estou, não consigo reconhecer a pessoa na minha frente, talvez pelo o fato de estar com a lanterna na minha cara.

Mesmo estando em um estado deplorável de álcool, e de raciocínio distância de ser certo. Tenho a noção suficiente para saber que não estou em boas águas. Todo esse tratamento estar longe de ser os dos meus parceiros de atuada após uma noite de farra onde cuidamos uns dos outros.

"Eu sei que tem algo errado"

- aaah, ela acordou, que maravilha!... não queria ser condenado por assassinato - escuto risadas, tem mais gente aqui. Não consigo entender quantos são, mas tem mais aqui

Meus cabelos são soltos fazendo com que minha cabeça abaixe novamente sem sustentação. É como se minhas forças ainda fossem poucas.

- tão vulnerável, não é, Freen? - a maldita voz conhecida vem de trás de mim.

Ele solta meu corpo, vendo que já consigo me manter de joelhos. Minhas mãos estão amarradas para trás, tão forte que posso senti-las dormentes.

Vejo agora com clareza, os passos de uma pessoa de botina ficar na minha frente.

- levanta a cabeça, boiadeira, se não o chapéu cai. - ele coloca um chapéu na minha cabeça, e com um pedaço de ripa, ergue para ver meu rosto. - não vai falar nada?

- m-miserável... - tossi no mesmo tempo que fiz minha nuca latejar devido a porrada, que lembrei ter levado, a mesma que certamente me desmaiou momentos atrás.

- quê isso, Freenzinha, você não está em uma situação tão favorável assim para demonstrar sua agressividade. - ele se abaixa ficando de cócoras na minha frente - você agora está na palma da minha mão... e olha só! Não é só você - o desgraçado rir alto do jeito doido, maluco, fazendo seu mal hálito de bebida tocar meu rosto - seus amiguinhos estão na mesma situação que você! - ele sai da minha frente para que eu consiga ver, todos os peões rendidos e de joelhos assim como eu, em fila de frente pra mim.

Nam, Edu e Jorge. Joaquim está mais distante na mesma linha que os demais, onde fazem um círculo ao redor.

Heng é colocado do meu lado por outro homem, não o conheço. Cabelos um pouco compridos, braço esquerdo totalmente tatuado com uma caveira. Seu rosto é divido com uma cicatriz.

- esse outro japinha é irmão dela, neto do velho - americano explica para o outro que a todo momento matem uma postura séria, sem demonstrar nenhuma emoção. Diferente do americano, que parece não ligar em estar traindo todos os seus amigos, amigos estes que sempre se mantiveram unidos.

No Rastro do Amor - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora