Capítulo 52 (12h de terror - part 2)

321 57 14
                                    


03h23

Pov/Freen

A escuridão se distorce virando um vulto. Tento abrir meus olhos, mas eles se encontram pesados.

Um toque suave, desliza lentamente desenhando a curvatura do meu pescoço.

- Freen - essa voz... eu conheço. Que me chama com pequenos sussurros no meu ouvido. - Freen - meu corpo antes estranho, que não recebia meus comandos, agora se relaxa como se aquela voz, fosse a dose de calmante necessária para fazê-lo se acalmar antes de despertar - Freen

Um susto me faz acordar, minha respiração ofegante. A sensação de umidade, na verdade, era do suor que escorria por cada quanto da minha pele desnuda.

- amor, o que foi? - vejo seus olhos apreensivos, e seu toque mais uma vez encontra a maçã do meu rosto.

Observo o redor, e uma pontada de alegria veio junto ao alívio de saber que sim, aquela porra era um pesadelo.

- Freen, fala alguma coisa - nem acredito que estou sentada no pelego onde fizemos amor por horas. A claridade do nascer do sol, ilumina o rosto avermelhado, seu cabelo bagunçado.

Era um pesadelo... não acredito, era um pesadelo!

- Freen? Eu tô... - peguei de surpresa, dando beijos onde conseguia, sem falar nada, sem dizer absolutamente nada. A tomei em um beijo profundo, conduzindo para se deitar novamente ficando por cima sem capricho. Eu toda desengonçada, ainda tonta do pesadelo que tive, tão real que ainda consigo sentir as mesma sensações de momentos atrás. Minha nuca dolorida, agora ganha as mãos dela, que prendem meu cabelo com força. Minhas mãos antes presas, agora tem a liberdade de passar por toda a pele macia, suave, cheirosa. O sabor amargo do sangue, agora se dissipou com o doce dos lábios. Aos poucos, aquele inferno se torna o meu paraíso. A minha respiração desregular, faz meu seio roçar deliciosamente por cima do dela. A quintura do seu corpo virou a melhor fonte de calor para aquecer o frio que estava.


- eu te amo, te amo... Tanto... Aaah... Eu te amo! - minha voz saía abafada
Sem um pingo de oxigênio, continuar nossos beijos era a minha maior prioridade no momento. Os sons das nossas bocas se chupando sem calma, os gemidos ansiosos dela pedindo por mais dos meus toques, ocuparam os barulhos de risadas maldosas e latidos de cachorro.

Parei com os beijos, por enquanto, apenas para olha-la, quero que seus olhos vejam os meus com o seu tom de mel clariado ao reflexo do nascer do sol. Amanhecer "nas melhores das hipóteses", presa, amarrada, era a única coisa que passava na minha cabeça por toda uma madrugada, só não sabia que essa prisão seria as das suas mãos segurando meus ombros e de suas pernas envolta da minha cintura, fazendo de nossos corpos um só. Essa é a prisão que eu quero para o resto da minha vida.

- já acordou assim? - sua pergunta com a voz rouca, faz meu estômago arder em um gelo absurdo. Posso dizer com toda a convicção, "igualmente a uma dose de nitrogênio líquido".

- eu te amo - minha resposta encima da sua pergunta, não fez sentido, mas que se foda, pra mim fez. Seu lindo rosto se suavisou junto com a respiração. O coração batendo forte contra o meu, me fez ter a coragem que nem me dei conta e já saiu pela minha boca, a certeza que meu coração queria expressar. - casa comigo? - a rapidez da pergunta, fez mudar na mesma velocidade, seu semblante

No Rastro do Amor - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora