Capítulo 45 (Desandeiro)

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Pov/Freen

Na estrada em direção a fazenda do Senhor mariano, íamos em um silêncio que até estava estranhando. Becky Está pensativa olhando pela a janela do carro a paisagem das fazendas que passamos, já é noite, mas a lua no meio do céu, brilha iluminando com sua coloração prata, toda a vegetação ao nosso redor.

- tá calada - comento e ela toma um fôlego como se estivesse sendo tirada de seu mundo distante do que estamos.

- tava imaginando aqui umas coisas - sua voz sai quase em um sussurro. Desvio minha atenção da estrada para ela que aperta de leve minha mão que está sobre sua perna.

- imaginando?...hummm, posso invadir essa imaginação? - arqueio uma sobrancelha e ela sorrir concordando.

- estava aqui pensando... você já sofreu... preconceito? Não é querendo generalizar ou algo do tipo, mas o povo "tradicional" com quem você costuma trabalhar, são sempre mais limitados com essas coisas... você sabe, e-eu quero dizer...

- relaxa, becky. Eu entendi - volto minha atenção para a estrada escura sendo iluminada pelo o farol do carro - não me lembro de ter recebido palavras de ódio assim, talvez por nunca terem coragem, afinal, as pessoas que tenho ao meu redor, sempre me apoiaram, então se alguém ousasse falar merda comigo, iria estar decretando guerra com todos.

- entendi - becky volta a olhar pela a janela, batucando a ponta do dedo indicador na minha mão.

- amor, pode perguntar, eu sei que você tem algo aí que quer falar. - dou um beijo na mão dela sem tirar meus olhos da estrada, o nevoeiro atrapalha um pouco minha visão, então tenho que ter toda a cautela de não colocar o carro em  alguma das valas que tem na estrada.

- como você se descobriu, Freen? - sorri vendo que estou conseguindo cada vez mais fazer a becky se comunicar falando sobre esses assuntos. Nunca chegamos a conversar sobre essas coisas, desde o dia em que ela me contou o que sofria com a "família" dela.

- bom... foi um pouco engraçado na verdade - ela me observa atentamente e eu ajeito minha garganta para contar sobre esse dia caótico na minha vida. - eu estava na fazenda de um dos amigos de meu avô, ele tinha uma filha da mesma idade que eu, ambas com 15 aninhos. Viramos amigas, nosso santo bateu. desde o primeiro dia que meu avô me levou, a gente não desgrudou. Um certo dia, ela me perguntou se eu já tinha beijado, falei que não, na mesma hora perguntei a ela também, e ela falou que não. Bem ali, naquele momento, tivemos a ideia de dar nosso primeiro beijo, não consigo me lembrar de como chegamos a essa conclusão, só o que me lembro é que foi bem estranho e desajeitado - começo a rir me lembrando disso, sem desviar meus olhos da estrada. - eu tremia mais do que vara verde, e ela tava ainda pior.

- Entendi - olho para becky e ela estar com a cara um pouco fechada, acho que acabei me empolgando um pouco na minha recordação. - e... depois disso? Continuaram a amizade?

- ah sim, nunca interferiu em nada, só o que fiz foi me descobrir, e faze-la se descobrir, nada mais do que isso.

- hum, então você era pegadora de amigas?

- não, isso não. Nunca passou de beijos, eu sempre respeitei a amizade.

- ok - becky respira fundo - agora vamos parar de falar sobre isso, eu sou muito ciumenta, e não gosto de ter a imagem em minha mente de outra te beijando. - sorri e me aproximei dando um beijo na bochecha dela.

Chegamos na fazenda já eram 19h30, deixei a camionete debaixo da cobertura que sempre acampamos.

- vem, Jax - ele pula para fora do carro

- nossa, tá frio né? - Becky se aproxima ficando ao meu lado, depois de descer do carro.

- sim, o verão tá chegando... Dias quentes, noites frias. Poeira da estrada durante o sol, neblina durante as madrugadas. - passo meu braço ao redor de seu corpo para aquecer

No Rastro do Amor - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora