Capítulo 48 (Trapaças)

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Pov/Becky

Despertei na manhã do dia pós roda de viola/farra, primeiro dia acordando em um galpão de uma fazenda... Nunca pensei em viver dessa forma, sem rumo? Sem uma rotina resumida a trabalho no bar e volta para o apartamento? Apenas viajando ao lado de Freen por longas e longas estradas? Isso parece... Fantástico!! Meu mundo antes dela era pensado em apenas tentar passar por todos os problemas com menos chances de erros possíveis. Mas justamente em uma estrada onde achei que estivesse perdida, foi literalmente onde me encontrei. Minha vida ao lado de Freen começou ontem, e nesse tempo consegui sentir a energia que todas essas pessoas carregam.

- ei... Bela adormecida, acorda - Freen sussurra no meu ouvido. Ela já havia se levantado, e eu ainda estou dentada na rede que dormimos juntas. Estou com os olhos fechados, tentando fazer meu corpo corresponder a meus comandos depois de ter passado a noite acordada e ingerindo algumas bebidas.

Abri um olho, que na mesma hora me fez arrepender. A claridade da manhã está matando, o sol parece ter colocado pilha alcalina

- oi - tentei me sentar, mas a cabeça doeu

- ooow meu deuso, que judiação com a criança - Freen passa a mão no meu rosto, me deixando um pouco irritada.

- para, Freen, que saco! - ela me entrega um copo de café.

- cafézinho forte, vai melhorar essa ressaca - ela se levanta de onde está de cócoras.

Olho ao redor e percebo estarmos só.

- cadê o povo?

- já estão arrumando a tropa que acabou de chegar no caminhão.

- como vocês aguentam ficar a noite inteira de farra, e trabalhar no dia seguinte?

- também não sei, mas não se preocupa, aos poucos você acostuma também

Termino de tomar meu café observando ela organizar algumas coisas em uma bolsa de coro que coloca na sela.

Enfim me levantei para ir fazer minhas necessidades matinais.

- baby - Freen me chama e vem até mim com uma das mochilas que organizava. - aqui são roupas que eu comprei, tem vários acessórios, tudo novo... Amo demais você de vestido, short, mas pra trabalhar você precisa de roupas apropriadas para se proteger, Comprei tudo.

Pego a mochila que ela me entrega

- meu Deus, Freen, você é muito exagerada. Como vou pagar tudo isso?

- ah, não se preocupe, você irá pagar com serviços, minha mais nova boiadeira - ela envolve seus braços ao redor da minha cintura.

- Freen, eu tô falando sério, não é querendo ser mal-agradecida nem algo do tipo, mas eu sempre gostei de ter minhas coisinhas conquistadas com o meu trabalho.

- mas quem disse que você não vai trabalhar? Me fale, como vai querer, na diária ou na impeleita?

- eu tô falando sério

- eu também! Seus dias trabalhados começam a contar de hoje, ou seja, no final desse transporte você terá seu pagamento assim que o gado cruzar aquela porteira, igual como todos os outros peões terão. Será o seu dinheiro conquistado de forma honesta. Tá bom assim?

- sim

- algo a acrescentar?

- sim, quero tratamento igual, quero que me ensine tudo para que eu ajude de verdade.

- como quiser, minha flor, agora se arruma, vamos já sair - concordo e ela me rouba um selinho, mesmo protestando, devido eu ainda não ter escovado os dentes.

No Rastro do Amor - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora