(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ Ocorrência.

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OS MEUS BRAÇOS EXAUSTOS     pareciam mais pesados por culpa do trabalho árduo durante o resto daquela tarde

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OS MEUS BRAÇOS EXAUSTOS     pareciam mais pesados por culpa do trabalho árduo durante o resto daquela tarde. O almoço, após todo o acontecido com Lydia no refeitório e o enfrentamento de Daryl contra o Negan, havia se passado de maneira tempestuosa e certamente agitada, me impedindo de concluir a refeição "sagrada", antes de me arrastar para aquelas plantações de novo.

Não foi uma surpresa ter uma tarde tranquila. Na verdade, não era coincidência alguma que Negan não tivesse cruzado o meu caminho nas hortas após a conversa nada amigável com o Dixon. E nem ao menos eu sabia se ele estava recuperado o suficiente para trabalhar, ou se estava na enfermaria, depois do golpe duro que o caçador proporcionou o lançando contra aquelas celas.

Nem ao menos me importava com isso.

Quando o sol começou a se pôr e todas as caixas com hortaliças e legumes estavam organizadas dentro do galpão, todos nós – os trabalhadores – fomos dispensados e nos despedimos tranquilamente. Voltando para as trilhas que nos levaria para as nossas casas, com algumas conversas e risadas, além de pequenas fofocas, exatamente como um emprego comum.

Dog me recebeu na entrada da nossa casa quando alcancei aquela mansão. O cachorro havia sido proibido de me acompanhar até os serviços e o simpático de patas peludas sempre acabava fazendo uma comemoração à sua maneira quando chegávamos no mesmo ambiente.

O céu se tornou mais escuro e o belo híbrido entre lilás e laranja se tornou obscuramente preto nos minutos em que eu verifiquei as crianças, desci até o porão e tomei um banho demorado.

Daryl não estava em casa naquele momento. Os treinamentos com a milícia e outros assuntos de Michonne – que o caçador se propôs a substituir como um favor à amiga – o deixava fora de casa em horários distintos aos meus, de vez em quando. Nos dando a única certeza de que nos encontraríamos tarde da noite, ou de madrugada.

Carol havia faxinado boa parte dos cômodos mais usados, se encarregado em levar as roupas para a lavanderia, feito o jantar e mais uma porção de "caçarolas" com guisados e sopas de cogumelos que a mesma havia cozinhado como uma máquina sem freio.

Eu via o mínimo sorriso em seu rosto, o brilho mais prateado como pontinhos em cada um dos seus olhos (o que pareciam lhes dar uma sensação mais molhada e doce), mas as suas feições não pareciam condizer com uma mulher conformada e mais liberta. Não. Pelo contrário.

Uma das coisas que eu sempre notei que Carol e Daryl tinham em comum, além do passado marcado por tempos difíceis e pessoas abusivas, era justamente a capacidade quase atraente dos dois nunca soltarem o osso. Era muito difícil simplesmente deixar para lá quando algo se impregnava como sanguessugas em suas mentes. Isso ficou claro em como o meu marido estava mesmo disposto a procurar Rick até que ele mesmo perdesse a sua própria vida, não importava como.

Com o tempo, e ouso dizer que "com o fato de estarmos aprendendo a ceder em nossas convicções quando decidimos viver isso juntos" – mesmo correndo o risco de parecer arrogante – Daryl acabou se tornando menos insistente e mais racional, aceitando que perdas fazem parte dos ganhos, e isso é algo completamente normal.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora