A tensão era evidente.
ALDEN E LUKE NOS ENCARAVAM COM expressões amedrontadas e quase em pânico. Praticamente nos implorando por uma solução rápida enquanto ainda tinham as facas apontadas exatamente para a veia mais importante em seus pescoços, sendo rendidos por dois daqueles malucos fantasiados com a pele dos mortos.
A mulher um pouco mais a frente deles, a "Alfa", ainda nos encarava com um sorriso misterioso cheio de deboche e escárnio. Mirando o seu olhar desafiador em nossa direção e mostrando uma postura inteiramente fria e paciente, sem mover um único músculo. Como se a maldade intensificasse a falta de brilho naqueles olhos foscos e quase cinzas dentro de tanta sujeira.
Eu nunca tinha visto uma serpente venenosa sorrindo antes, mas eu sabia, se alguma delas sorrisse um dia, com certeza seria aquilo o que nós veríamos.
Para agravar a situação, ainda tínhamos a trilha sonora indefesa e macabra do choro infantil.
O bebê não havia se calado. Mesmo após percebermos como a mãe tentava acalentá-lo de forma quase desesperada, o sacudindo em um tom meio rápido e áspero. Movendo os seus braços com o embrulho delicado e observando a pequena criaturinha presa dentro daquela manta de estopa tão velha.
Daryl estava bem ao meu lado e os meus olhos foram direto para ele. Na verdade, dentro do meu instinto mais primitivo, eu realmente queria esticar o meu braço e agarrar a sua mão. Sentir os seus dedos apertando os meus como ele sempre fazia quando queria me dizer que tudo ficaria bem e que nós estávamos no caminho certo. Mas não, não poderíamos fazer isso diante de um inimigo.
Eu não era uma garotinha como anos atrás, eu era uma mulher. E mulheres precisavam ser fortes desde sempre.
Como se ele pudesse ouvir os meus pensamentos o chamando, o caçador virou o seu olhar até mim de forma baixa e entre cílios, quase como se os inimigos do outro lado da cerca não pudessem nos perceber tão íntimos. E eu compreendi o que aquele olhar significava. Que ele também estava refletindo profundamente sobre as opções que nós tínhamos agora.
Eu sei que doeria nele ter que decidir pelo mais óbvio, como estava doendo em mim. Soube disso quando o vi praticamente se lamentar em silêncio em minha direção, parecendo pedir desculpas quando castigou os seus lábios de forma mais intensa, desviando os azuis até a mulher maltrapilha a nossa frente com uma postura mais desafiadora e dando pequenos passos muito rápidos para trás, se afastando de mim e voltando para os portões.
"Não", pensei de forma magoada. Queria segui-lo e impedi-lo. Causar uma cena ao usar todos os meus argumentos mais coerentes para mostrá-lo que não poderíamos permitir que a garota voltasse para aquele martírio. Talvez sacudi-lo um pouco na frente daquelas pessoas, quem sabe, mas eu tinha certeza que aquilo não era cabível.
A sensatez simplesmente transformou os meus pés em chumbo. Me fez observá-lo virando a minha cabeça sobre o ombro até vê-lo voltando para Hilltop e sumindo após aqueles portões se abrirem de novo. Sabendo que ele estava buscando por Lydia; sentindo que essa era a nossa única saída e, mesmo assim, que nós nunca nos perdoaríamos por isso.
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STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking Dead
Fanfic+18 ● 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐆 [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] ● ⎢ ❝𝐀 𝐓𝐑𝐈𝐋𝐇𝐀 𝐓𝐄𝐑𝐌𝐈𝐍𝐀 𝐀𝐐𝐔𝐈.❞ ⎢ 𝐇𝐄𝐈𝐃𝐈 𝐀𝐏𝐑𝐎𝐅𝐔𝐍𝐃𝐀 as suas raízes em Hilltop junto com a sua família. Entretanto, após seis anos do incidente que ceifou a vida de um dos líderes, aos po...