(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ Pela manhã.

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OS MEUS OLHOS SE ABRIRAM DEVAGAR

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OS MEUS OLHOS SE ABRIRAM DEVAGAR. 

Primeiro, enxerguei apenas a nuvem cinza que tornava tudo tão embaçado, não me deixando ver muita coisa diante de mim e ainda fazendo com que o peso fadigado fechasse as minhas pálpebras mais uma vez.

Quando consegui afastá-las novamente, percebi apenas a mancha dourada, rasteira e dançante que me lembrava muito uma pequena fogueira bem rente ao chão após os meus pés.

Um ponto dourado no meio da neblina como uma bola de fogo.

Depois de mais algumas tentativas, o tato dos meus músculos começou a retornar para os meus sentidos, finalmente conseguindo senti-los despertando como uma onda fria.

Uma energia quase metálica distribuiu vida para os meus membros. Braços, dorso e quadril despertaram dentro do incômodo, denunciando que eu me encontrava sentada, muito antes de conseguir abrir os olhos para conferir.

Meus ossos doíam.

Tinha a nítida impressão de que havia sido esmagada por pedras, mas tudo parecia no lugar quando abri totalmente os meus olhos, encarando primeiramente os meus joelhos.

A minha nuca estava encostada em uma árvore, o que deixou o meu pescoço dolorosamente inclinado em uma má posição. Por isso fui obrigada a endireitá-lo devagar enquanto esboçava uma clara expressão de dor.

De fato, a minha mente ainda estava muito confusa. Entorpecida pelo lugar desconhecido e por minha falta de memória momentânea. E tal perda de raciocínio me fez examinar bem o espaço aonde eu estava, na esperança de recordar sobre o que tinha acontecido para chegar até ali.

O céu estava parcialmente encoberto pelas copas desenhadas das árvores e ainda se mostrava sombrio, porém, não tão completamente. Isso mostrava o quanto era muito cedo.

Examinei, por alguns segundos, os desenhos desuniformes que deixavam-se transparecer através das folhas contra o céu.

A vegetação se movia lentamente, obedecendo uma leve brisa diurna, e o tom meio acinzentado se tornando claro revelou que mais um dia estava amanhecendo.

Logo o sol começaria a nascer para tornar o mundo mais quente.

Percebi que eu realmente estava sentada abaixo de uma dessas árvores, com as costas apoiadas contra o tronco. As minhas duas mãos estavam unidas sobre o meu colo e as minhas pernas estavam esticadas para frente, em direção a tímida fogueira se apagando há alguns passos.

O meu pé direito não estava usando um calçado. Na verdade, tudo o que vi foi uma extensa faixa de curativos enrolando desde o meu tornozelo até todo o restante da pele parcialmente exposta. 

Alguém havia me dado uma perfeita bota cuidadosamente feita para um ferimento, e o calcanhar se mantinha apoiado sobre a minha mochila velha e surrada de cor escura, para torná-lo mais alto e mais confortável.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora