𝐒𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐞 ● Sementes.

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O SOM PROFUNDO DA MOTOCICLETA parecia chamar a atenção do mundo ao redor e silenciar o cenário que nos rodeava

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O SOM PROFUNDO DA MOTOCICLETA parecia chamar a atenção do mundo ao redor e silenciar o cenário que nos rodeava. A neve ainda estampava boa parte do caminho como uma passarela branca, assim como enfeitava as árvores envelhecidas e livres de folhas em seus galhos retorcidos cheios de cristais moldados pelo frio; mas era também um pouco evidente perceber –pela diminuição do gelo nas rotas que pegávamos – que o inverno rigoroso estava diminuindo a sua fúria.

A imagem das árvores passava de forma borrada e bem rápida nas laterais daquele veículo. Daryl havia encontrado uma perfeita estrada retilínea e isso o permitiu simplesmente continuar acelerando aquela moto sem problemas enquanto o vento invernal parecia ainda mais gélido estando naquela rodovia, fazendo as minhas bochechas se tornarem mais dormentes.

Devyn ainda abraçava a cintura do pai, mas era evidente notar os seus olhos curiosos e cheios de entusiasmo enquanto o garoto tentava observar cada pequeno detalhe rápido ao nosso redor. Movendo a sua cabeça de um lado para o outro com aquela bandana ainda amarrada em seu rosto, o que o tornava bastante inquieto entre nós dois.

Entretanto, eu soube que nós teríamos algum empecilho assim que avistamos um grupo de três mordedores meio cambaleantes no meio do nosso caminho.

Era meio óbvio perceber que eles estavam começando a descongelar pelo degelo e voltando novamente à ativa, já que os seus corpos apodrecidos ainda carregavam uma pequena camada de cristais sobre as roupas puídas e carne exposta.

Daryl começou a diminuir a velocidade assim que os avistamos com grande dianteira. Logo aquela motocicleta estava freando os seus pneus lentamente enquanto o caçador levava os pés ao chão para que parássemos completamente e em segurança.

O motor do veículo se tornou menos barulhento quando paramos, mas o ruído macio vindo da sua estrutura ainda era capaz de chamar a atenção faminta dos mortos que já haviam percebido a nossa presença. Os fazendo ranger os seus dentes e avançarem cada vez mais em nossa direção.

— Deixa comigo. — Avisei em um tom corriqueiro quando praticamente pulei de trás do garoto até o chão e desci daquele banco sem grandes problemas.

O Dixon ainda tinha suas mãos no guidão quando virou o rosto levemente até mim, alcançando a sua lateral, e se mostrou bastante sério, beirando à preocupação.

— Estão nas nossas terras... — Ele avisou com a voz baixa e voltando a olhar os podres que se aproximavam com passos arrastados e rosnados. — ...Mas podem ser aqueles putos. Não chegue perto. Use as flechas. — Recomendou o enfrentamento à distância.

Eu acabei assentindo quando peguei uma das flechas na aljava presa no bagageiro e a coloquei perfeitamente no arco que retirei das minhas costas. Me mantendo ainda ao lado do caçador e do garoto no banco atrás de si como uma estratégia de proteção.

A minha primeira flecha escapou do arco com bastante velocidade e logo acertou o olho de um dos caminhantes mais próximo. O fazendo cair rapidamente imóvel no chão.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora