(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ Novo sol.

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O TOQUE GELADO E ÚMIDO CONTRA a minha bochecha me fez despertar com um susto

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O TOQUE GELADO E ÚMIDO CONTRA a minha bochecha me fez despertar com um susto. O faro apressado e respiração quente vieram logo em seguida, me fazendo entender que aquilo que me tocava freneticamente era, na verdade, o focinho comprido e peludo do cachorro.

Semicerrei os meus olhos tentando abri-los e o movimento doeu como uma ferroada em meu cérebro. A iluminação vinda da janela, mesmo ainda sendo muito escassa, fez a minha cabeça pesar e toda a sensação de tontura com dor me fez voltar a fechar os olhos apertadamente.

Dog ainda estava sobre a nossa cama como se estivesse procurando por algo nos lençóis. Eu sabia que ele estava apenas tentando me acordar com os seus movimentos apressados e pegadas pesadas balançando levemente o colchão; tocando meu nariz e testa com o seu focinho molhado, mas todo o meu corpo parecia preso naquela teia de cobertores como um lugar seguro.

As memórias da noite anterior tomavam os meus pensamentos de forma rápida, assim como os meus movimentos doloridos.

Uma fotografia meio borrada de flashes muito rápidos entre doses de aguardente, respirações aceleradas e uma foda quente, causando uma mistura agridoce de satisfação e ressaca.

— Dog! — Reclamei baixinho da animação do cachorro sobre a cama e estiquei uma das mãos em sua direção para impedi-lo ainda de olhos fechados. — Se acalma, garoto! A mamãe 'tá morrendo. — Deitei o meu corpo de bruços sobre o colchão, ao mesmo tempo em que o cão se deitava ao meu lado, colocando a sua cabeça contra a minha lombar.

A sua respiração acelerada e baixa se tornou a única coisa ouvida ao redor e a sua posição ao meu lado tomou todo o espaço naquela cama.

Isso me confirmava que o caçador já não estava mais no mesmo cômodo que eu.

E mesmo assim, depois das memórias cada vez mais nítidas que encontrei atrás das minhas pálpebras, o sorriso em meu rosto começou a se tornar cada vez mais explícito e maior.

O efeito do álcool havia deixado a minha corrente sanguínea como um amante apressado, mas o toque do Dixon ainda estava tatuado em cada parte do meu corpo como uma obra de arte. Quase poderia me fazer arrepiar e suspirar de amor novamente, enquanto me recordava da sensação dos seus lábios tomando os meus. Ou em cada parte do meu corpo na noite passada.

Era emotivo, eu sabia. Mas não me importava em ser um pouquinho carente em meu íntimo. Não enquanto fosse tão bom tê-lo daquela forma, abraçá-lo e amá-lo. Me fazia sentir-me tão sortuda por isso. Tão amada em cada detalhe.

Não era surpresa alguma que isso superasse até mesmo uma ressaca fodida.

Meus lábios se repuxaram em um sorriso bobo de novo. Mostrando que era impossível fingir que eu não me rendia à ele feito uma boba e apenas aceitei o meu destino enquanto esticava uma mão preguiçosamente para tocar o dorso do cachorro ainda perto de mim.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora