(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Tão jovens.

438 50 62
                                    

ALGUNS LEGUMES CORTADOS EM cubos, purê de abóbora, ovos cozidos e outros cereais compunham o prato simples, mas nutritivo, que repousava pacientemente na bandeja meio rosada segurada fortemente por minhas duas mãos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ALGUNS LEGUMES CORTADOS EM cubos, purê de abóbora, ovos cozidos e outros cereais compunham o prato simples, mas nutritivo, que repousava pacientemente na bandeja meio rosada segurada fortemente por minhas duas mãos.

Eu encarava as portas duplas feitas de madeira e de aparência pesada que ficavam sempre fechadas e agora estava praticamente aos meus pés.

Aquele porão localizado em uma das laterais da Casa Barrington não recebia muita luz solar por culpa da sua localização e agora aquela abertura no chão parecia um vórtice que me lançaria para outra dimensão com bastante pressa quando eu me atrevesse a ultrapassá-lo.

O meu olhar um pouco aflito dançou levemente sobre o tubo de cor laranja e feito de plástico aonde continha uma pílula de antibiótico e também sobre um pedaço de torta de nozes que estava na bandeja. Normalmente, os prisioneiros não receberiam a benfeitoria de terem um pouco de remédio, ou o doce tão almejado pelas crianças em Hilltop, mas era óbvio que aquela não era uma situação muito comum.

Suspirei pesadamente enquanto prendia o lábio inferior entre meus dentes com um certo tom dramático. Daryl pareceu perceber o meu nervosismo com muita facilidade, afinal, o caçador moveu os seus passos até ultrapassar o meu corpo como tal e tentou me apoiar – de alguma forma – se dispondo a abrir aquelas duas portas como um cavalheiro no fim do mundo.

A escada com seus vários degraus de pedra indo para baixo praticamente me desafiou a descê-los como um espírito zombeteiro. Foi impossível disfarçar o suor brotando ao redor das raízes do meu cabelo, ou o modo como o meu sangue pareceu engrossar junto com a minha evidente pele arrepiada. Afinal, a minha respiração se fechou como um sufocamento.

— Hey... — O caçador há poucos passos de mim chamou a minha atenção com uma voz baixa e certamente bastante gentil. — ...Você consegue. — Incentivou sacudindo a cabeça de forma positiva e me lançando uma expressão tão cheia de certeza e com tanto orgulho a ponto de me fazer acreditar.

— Bem... — Puxei a minha respiração mais ruidosa dessa vez. — ...Se eu conseguir algum resultado com isso, o que eu ganho? — Os meus olhos mais felinos empurraram a sua imagem como um enquadramento mais malicioso.

— Uma recompensa? — O Dixon moveu os seus ombros em uma dramatização enquanto ainda segurava uma das portas com suas mãos e franziu o seu nariz parecendo ter sido pego desprevenido, apesar de não estar nada surpreso.

— É como dizem por aí... — Brinquei com um sorriso. — ...Se você é bom em alguma coisa, nunca a faça de graça. — Debochei soltando um risinho baixo ao qual eu pudesse distrair a minha mente dos verdadeiros demônios que se aproximavam.

Ele mirou os seus olhos até os meus pés estando pensativo. Subindo por todo o meu corpo como se procurasse por algo diferente, ou por uma pista. Admirando a minha imagem enquanto tentava ter novas ideias, mas voltando a parar os azuis diretamente contra os meus assim que aquela onda quente da sua presença charmosa me fez suar ainda mais.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora