STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Nova divisão.

A MADRUGADA HAVIA CHEGADO um pouco mais fria quando alcançamos aquele celeiro no meio de uma reserva florestal. Não havia qualquer resquício de vento comedido que pudesse balançar as folhas nas árvores, ou animais que pudessem promover algum barulho de alerta ao nosso redor, entretanto, o clima completamente enevoado de uma neblina espessa dificultando a nossa visão começava a tornar tudo como um cenário perfeito para algum filme de terror.

O céu incrivelmente sombrio havia sido encoberto por uma espessa camada de nuvens pesadas que denunciavam uma possível chuva a qualquer momento. A lua cheia já não podia nos ajudar na iluminação do caminho. A grossa neblina esbranquiçada corria sobre o solo como uma serpente astuta e a sensação de estarmos sendo sufocados por uma nuvem de tensão era tão palpável quanto angustiante.

Michonne havia entrado no celeiro para vistoriá-lo junto com Yumiko. Eu e Magna permanecemos do lado de fora vigiando e examinando o restante do lugar com o uso de nossas lanternas e muita cautela.

O local nada mais era do que uma pequena construção feita de madeira mofada que ainda estava de pé por algum milagre. E o cheiro de feno e fermentação parecia se misturar com o típico frescor de terra molhada.

Me abaixei sobre os calcanhares para visualizar melhor o chão em frente ao celeiro e há alguns bons metros de suas portas. Apontei a luz da minha lanterna na direção dos rastros na lama e franzi o meu rosto com confusão. Havia algo me incomodando na forma como o solo parecia marcado tão metodicamente e tantas vezes.

Examinei as pegadas de sapatos enquanto mordia o meu lábio com dúvidas. As suas marcas não eram tão profundas, se arrastavam como se não aguentassem o peso dos próprios pés, e cambaleavam como se não possuíssem um destino certo. E vendo tudo assim em um primeiro momento rápido, era óbvio perceber que se tratavam de mordedores.

— Achou algo interessante? — Magna perguntou há poucos passos de mim quando me percebeu abaixada e apontou para mim a sua lanterna ligada quando me viu analisando um monte de lama por tempo demais.

— Pegadas. — Respondi baixo quando voltei a ficar de pé e comecei a seguir os mesmos passos de forma bastante lenta e concentrada no chão. — São os mortos, mas... — Parei ao perceber que os rastros pareciam andar em círculos ao redor daquele celeiro. Tantas e tantas vezes à ponto de se tornarem mais profundas e demarcadas. — Eles estão presos em algum tipo de ciranda. Isso não faz sentido, não é um comportamento normal. — Apontei com desconfiança ao me virar para Magna e a percebi seguindo os meus passos também.

— Mesmo se eles percebessem o amigo de vocês aí dentro? — Questionou tentando se aproximar e observar todos os rastros que eu via.

— Ainda assim. Eles simplesmente tentariam derrubar as paredes para devorá-lo. Não iriam pastorear o lugar como se estivessem procurando por ele. — Defendi continuando os meus passos até rodear com cautela a lateral da construção e me direcionei para a parte de trás do celeiro.