(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Alvorada.

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DEVYN ESTAVA JOGANDO UMA PILHA das suas próprias roupas sobre a sua cama de solteiro no momento em que eu entrava em seu quarto

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DEVYN ESTAVA JOGANDO UMA PILHA das suas próprias roupas sobre a sua cama de solteiro no momento em que eu entrava em seu quarto. O garoto de cabelos cada vez mais dourados parecia concentrado na tarefa de escolher apenas aquelas peças que fossem mais importantes.

Eu me aproximei da sua cama coberta por uma manta azul e deixei uma grande bolsa de alças e bastante pesada sobre os travesseiros. Aquela era exatamente a minha mala de roupas, aonde mais algumas coisas úteis também se encontravam além das peças. E junto com ela, em minha outra mão, eu havia trazido uma outra mochila completamente vazia, feita de um tecido surrado e grosso de cor marrom.

— Mãe. — O menino me chamou em um tom cheio de dúvidas quando comecei a dobrar as roupas que ele jogou sobre a cama para colocá-las na mochila. — Em Alexandria eles têm escolas também? — Questionou enquanto voltava para a sua cômoda de madeira para fechar as gavetas.

— Eles têm sim. — Respondi ao apertar com mais força algumas calças jeans pequenas e dobradas dentro daquela mala. — E você vai aprender e se divertir muito com as outras crianças. — Esclareci os seus temores quando vi o seu semblante pensativo perto daquele móvel.

Devyn acabou franzindo o seu nariz como se não acreditasse nisso. A forma como o seu rosto redondo se curvou levemente para o lado, se mostrando meio indeciso enquanto se prendia em pensamentos, só me mostrou que realmente havia uma batalha sendo travada internamente em sua mente ainda infantil. Uma briga entre estar muito animado e sentir medo.

— E se eles não gostarem de mim? — O menino parecia um pouco chateado e meio receoso quando pegou mais um par de tênis ao lado da cômoda e me trouxe os calçados surrados.

— Se eles não gostarem de você, querido, é um problema deles. Não nosso. — Expliquei, tentando parecer gentil e bastante amorosa quando peguei os seus sapatos e os coloquei dentro da mochila cada vez mais cheia. — E se eles fizerem algo ruim com você, nós enfiamos uma flecha bem no traseiro deles. — Adverti usando um tom muito normal.

O menino acabou relaxando um pouco quando soltou uma risada rápida e realmente sincera, parecendo ser fisgado de forma cômica pelas palavras que eu usava sem qualquer problema.

Um sorriso sincero surgiu em meu rosto quando vi o pirralho voltando para a mesinha de cabeceira que ficava ao lado da sua cama e aonde um abajur de velas estava disposto em cima.

Todo o quarto ao nosso redor, assim como o trailer aonde vivíamos por tantos anos; tudo estava ficando cada vez mais vazio e mais incolor desde o início da semana.

Há algumas semanas atrás nós decidimos fazer nossas malas e sairmos de Hilltop no final do inverno com a intenção de nos mudarmos para Alexandria. Esse era o desejo que consumia os meus pensamentos há um longo tempo, tornando a minha estadia naquela comunidade quase insuportável.

Sabia muito bem que Hilltop havia sido um sonho pra mim. Os meus momentos mais memoráveis haviam acontecido naquele lugar. Tão maravilhosos a ponto de me fazer lembrar dos anos anteriores como apenas um cochilo rápido. E, ainda assim, não me parecia errado avançar um pouco mais em nosso destino, já que isso se mostrava tão confortável. Afinal, havia alguns momentos em nossas vidas que nós deveríamos simplesmente seguir em frente.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora