(Vol. XI) Ano XIII p.e. ⎥ Entre os vivos.

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MÃOS CADAVÉRICAS SE PRENDERAM  em meus coturnos como o peso extra do mundo

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MÃOS CADAVÉRICAS SE PRENDERAM  em meus coturnos como o peso extra do mundo. A minha situação não estava nada promissora, afinal, me arrastar sentada em um solo coberto de pedras de concreto até tocar as minhas costas contra uma lateral bloqueada por rochas e o próprio metrô não me parecia uma trilha tão fácil.

A faca de caça ainda estava em minha destra. Tinha tido o instinto de não soltá-la mesmo enquanto usava as mãos para me arrastar; na esperança de fugir rapidamente dos mortos insistentes. Todos estavam avançando em minha direção e a única chance de escapatória era o fato deles se acumularem tanto a ponto de bloquearem uns aos outros com o próprio corpo.

O som ensurdecedor de rosnados se misturavam com o ruído de dentes batendo como pedras em janelas. A minha pele fervente derramava suor por minhas costas e testa, mas ainda dividia espaço com o terrível arrepio que congelava a minha coluna.

Levantei a minha lâmina e a afundei no crânio do morto mais próximo. Ele estava se arrastando pelo solo e com as duas mãos putrefatas encravadas em minhas botas, tentando mastigar o solado de borracha endurecida. 

O meu golpe foi o suficiente para abatê-lo e fazê-lo parar de se mover, mas ainda haviam mais deles. Muito mais.

O meu desespero me fez analisar toda o cenário ao meu redor enquanto ainda me mantinha firme na luta contra os mortos em cima de mim. Se um deles conseguisse alcançar a minha pele – seja com dentes ou com as unhas – uma infecção seria impossível de ser controlada e eu estaria a caminho da nossa morte.

Não hoje. Não do meu bebê.

A estrutura metálica do metrô continha rodas de ferro ao qual se equilibravam perfeitamente sobre os trilhos. Era isso o que fazia um transporte tão pesado deslizar facilmente sobre barras.

Esse equilíbrio permitia que uma brecha de mais ou menos um metro se distanciasse realmente do solo de pedra; o que (para mim) era o suficiente para servir como uma boa saída.

Chutei o rosto do morto me puxando pela panturrilha, cravando suas unhas em minha calça jeans, e expulsei o seu maxilar para fora do seu queixo como um pedaço de osso sem resistência.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora