(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Arcaico.

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OS CAVALOS ABRIGADOS NOS estábulos precisavam serem protegidos pelo frio soturno que ameaçava os nossos dias como demônios de inverno

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OS CAVALOS ABRIGADOS NOS estábulos precisavam serem protegidos pelo frio soturno que ameaçava os nossos dias como demônios de inverno. As ripas de madeira tão próximas serviam arduamente para esse trabalho em toda a construção, mas de fato não seriam muito úteis durante muito tempo. Ainda mais se o inverno desse ano fosse tão cruel quanto parecia.

Cruel. Essa era uma bela palavra para descrever todos os sentimentos mesquinhos que tivemos que passar, mas resumidos em uma única palavra. Tudo havia sido cruel em muitos sentidos e em muitos níveis diferentes. De uma forma completamente única que nós não estávamos experimentado há um longo tempo.

Eram esses pensamentos negativos que eu tentava bloquear da minha mente pelo menos por alguns minutos. Precisava desesperadamente de um momento de paz aonde dor e tristeza não fossem comuns. E, por isso, acabei reunindo as crianças naquele celeiro para que assim pudéssemos aproveitar um pouco do tempo com a companhia uns dos outros.

Até o cheiro de feno e madeira molhada parecia agradável em um momento tão estranho. Era um pouco esquisito voltar a realidade antiga, aonde a vida se misturava com nossas obrigações e responsabilidades comuns e que às vezes pareciam um tanto fúteis, mas eu entendia a importância de não estarmos lutando por nossas vidas a todo instante. E sabia o quão saudável isso deveria ser para a nossa mente. Mesmo tendo a sensação de que acordávamos de um sonho lúcido.

Judith mantinha a sua escova de cerdas amarelas e endurecidas segurada firmemente em suas duas mãos. A pequena Grimes estava fazendo um ótimo trabalho para escovar o pelo mais denso do potro jovem que estava amarrado diante de si e, do seu outro lado, Devyn estava concentrado na tarefa de desembaraçar a crina ainda muito curta do pequeno filhote. Ambos parecendo fascinados com a atividade interessante de tratar os cavalos.

Lydia também nos acompanhou naquela tarefa um pouco mais tranquila e a garota escolheu um cavalo mais escuro para escovar, exatamente na baia ao lado da minha.

Ainda era possível vê-la do lugar aonde eu estava e, de fato, ela se mantinha séria e bastante focada, apesar de me parecer um tanto longe dali em seus pensamentos. Silenciosa como a sua antiga vida.

Desviei os meus olhos da adolescente usando a sua touca de lã escura e permaneci ocupada escovando o dorso da égua amarrada diante de mim, já que estávamos do outro lado do estábulo. A mãe daquele potro tinha uma pelagem meio amarelada e eu descobri que ela se chamava "Peanut" por causa disso. Era um nome perfeito.

E enquanto eu me mantinha distraída com a conversa banal das duas crianças, com os trotes altos de vez em quando dos cavalos se movendo nas baias e o som da escovação em seus pelos, pude perceber que o caçador trajado com suas roupas escuras acabou entrando naquele celeiro empurrando um carrinho de mão feito em madeira, trazendo para mais perto os sacos de feno que serviriam para alimentar os animais que cuidávamos.

Daryl estacionou aquele carrinho de mão no meio do corredor um pouco largo e começou a retirar um dos sacos de ração enquanto tentava não ser atrapalhado pela balestra que ainda mantinha-se fielmente guardada atrás das suas costas. Aquela sim era a sua companheira inseparável nessa manhã, já que deixamos Dog em casa para que ele não estressasse os cavalos.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora