A CASA BARRINGTON SEMPRE ME pareceria um cenário saído de um filme de época, não me importava quantos anos se passasse.
De fato, suas paredes amadeiradas ainda cobertas por poucos quadros a óleo desgastadas, mas que resistiam ao tempo, junto a tapeçarias que diminuíam o ranger de passos e a penumbra que entrava furtivamente através das poucas janelas cobertas por cortinas de crinol e veludo; tudo ali parecia incrementar um cenário perfeito para um romance policial, ou um pequeno conto.
Quando a noite começava a cair, a maioria das lâmpadas antigas alimentadas por velas eram acesas em cada cômodo que estivesse habitado. Pequenos pontos laranjas se intensificavam em cada brecha que a arquitetura Vitoriana deixava passar e o cheiro aconchegante de madeira envelhecida me trazia uma sensação de abrigo e segurança.
Em meses como esse, no final do outono como estávamos, às vezes a noite trazia também um sinuoso vento surdino, aonde o lamber frio da escuridão conseguia se infiltrar pelas brechas das janelas, mesmo estas estando fechadas. E o assovio agudo do ar frio descendo através das chaminés realmente nos dava a impressão de um enorme pulmão se inflando com um gole de vida, antes de bufar o rugido pelas frestas como um animal faminto.
Era como se toda a mansão respirasse.
Meus olhos estavam atentos em todas as explicações e planejamentos que Tara apontava sobre a escrivaninha de madeira que, geralmente, era usada por mim como uma mesa de trabalho. Na verdade, aquele escritório no segundo andar já havia virado uma área de planejamento há muito tempo. Mas, desde quando Maggie havia ido com Georgie, nós simplesmente perambulávamos por todos os cômodos da mansão, talvez como bons desleixados que éramos.
A garota de longos cabelos escuros e soltos estava meio debruçada sobre aquela mesa. Uma de suas mãos estava apoiada sobre o papel ao qual ela escrevia e a outra mão segurava um lápis pelo qual ela riscava freneticamente o mesmo papel.
Toda aquela cortina castanha se balançava em direção aos seus planos como uma garota adorável aos meus olhos.
— Temos pelo menos uma saca de sementes da estação preparadas para o Reino. — Tara comentou estando de pé em frente a escrivaninha e de costas para a porta de saída do escritório.
Nós duas estávamos finalizando os últimos planos para a viagem até o Reino daqui a alguns dias. Separando o que poderíamos oferecer em negociações na feira que Ezekiel e Carol estavam proporcionando como bons anfitriões, além de toda a ajuda que poderíamos dar de bom grado a velhos amigos.
E, ao contrário do que achávamos no início daquele trabalho, as coisas se estenderam por muito tempo. Me fazendo perceber impacientemente que a luz do dia através das cortinas levemente fechadas havia se transformado em um escuro noturno e todo o ambiente do escritório precisou ser iluminado por nossas velas de cores sépia.
— Cento e trinta duas libras de grãos não me parece o suficiente. — Comentei quase como uma repreensão assim que balancei a cabeça em negativa e pendi o meu rosto para a garota, mantendo os meus braços cruzados e de pé bem na lateral direita daquela mesa. — Se levarmos em conta que logo iniciaremos o inverno, a plantação de lavouras será inútil com a neve. — Mostrei o meu ponto de vista enquanto via a garota soltando aquele lápis sobre o papel com frustração.
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STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking Dead
Fanfic+18 ● 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐆 [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] ● ⎢ ❝𝐀 𝐓𝐑𝐈𝐋𝐇𝐀 𝐓𝐄𝐑𝐌𝐈𝐍𝐀 𝐀𝐐𝐔𝐈.❞ ⎢ 𝐇𝐄𝐈𝐃𝐈 𝐀𝐏𝐑𝐎𝐅𝐔𝐍𝐃𝐀 as suas raízes em Hilltop junto com a sua família. Entretanto, após seis anos do incidente que ceifou a vida de um dos líderes, aos po...